O Exército israelense organizou uma equipe que tem como missão recompilar informações e provas sobre a ofensiva contra o grupo islamita Hamas, em Gaza, para se defender de eventuais acusações de crimes de guerra.
De acordo com o jornal Haaretz, a equipe é liderada pelo chefe do Escritório de Planejamento do Exército israelense, Nimrod Sheffer, e inclui membros da Procuradoria Militar, do Comando Sul, da Divisão de Gaza e da Força Aérea. Representantes do Ministério das Relações Exteriores também farão parte do grupo.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu em 23 de julho criar uma comissão internacional para investigar as possíveis violações cometidas durante a ofensiva israelense em Gaza, que começou 15 antes, após cogitar que Israel poderia ter cometido crimes de guerra.
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O Exército e o Executivo israelenses acusam o Hamas de cometer crimes de guerra ao atacar de forma indiscriminada a população civil. A ofensiva “Margem Protetora”, porém, implementada por Israel contra Gaza já deixou mais de 1.650 mortos, sendo a maioria deles civis.
O trabalho da equipe buscará provas que testemunhem o uso da população civil como escudo humano por parte das facções armadas palestinas, em particular vídeos e documentação em poder da Força Aérea.
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O Exército israelense argumentou que civis morreram em várias ações em que não é possível esclarecer quem é o responsável. Estes trabalhos preliminares pretendem antecipar uma possível investigação internacional como a que analisou a ofensiva de Israel em Gaza no início de 2009, ou o ataque israelense a uma pequena frota um ano depois, quando se pretendia chegar à costa de Gaza e no qual morreram nove ativistas turcos.
Repúdio a novo ataque
A ONU condenou hoje o ataque contra uma escola de sua agência para os refugiados palestinos (UNRWA) na cidade de Rafah, que causou a morte de pelo menos 10 civis, e exigiu uma rápida investigação para que os responsáveis sejam julgados.
Agência Efe
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“É um ultraje moral e um ato criminoso”, denunciou o secretário- geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em comunicado de seu porta-voz, no qual se referiu ao fato como “outra grave violação da lei humanitária internacional”.
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O diplomata coreano ressaltou que os refúgios da ONU devem ser zonas seguras e lembrou que “as Forças Armadas de Israel foram informadas repetidamente sobre a localização dessas instalações”.
Segundo o porta-voz da UNRWA, Chris Gunness, o bombardeio aconteceu às 10h50 (local) e atingiu as imediações da escola da agência em Rafah, onde se refugiam cerca de três mil deslocados.
Durante a atual ofensiva militar, projéteis do Exército israelense atingiram complexos da ONU pelo menos outras cinco vezes, em vários casos matando civis abrigados.
O último caso aconteceu dia 30, quando 15 palestinos morreram e 50 ficaram feridos em outro bombardeio em uma escola da UNRWA em Jabalya, no norte de Gaza, o que suscitou uma onda de condenações internacionais contra Israel.
Ban, no comunicado de hoje, se declarou “profundamente consternado pela espantosa escalada de violência e pela perda de centenas de vidas de palestinos civis desde a ruptura do cessar-fogo humanitário em 1º de agosto”.
“A volta dos combates só exacerbou a crise humanitária e de saúde que está causando estragos em Gaza”, lamentou Ban, que exigiu mais uma vez a retomada do cessar-fogo e o início da negociações entre as partes.
“Esta loucura deve parar”, enfatizou o secretário-geral da ONU.
(*) com Agência Efe