Até o fim de janeiro de 2015, o número de pessoas infectadas pelo vírus do ebola pode chegar a 1,4 milhão na África Ocidental, se nada for feito para reverter o ritmo de contágio. A estimativa consta no relatório do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, divulgado nesta segunda-feira (23/09).
Agência Efe
Estudantes nigerianos se submetem a inspeção para detectar presença do vírus do ebola
As estimativas apontam que aproximadamente 21 mil casos irão ocorrer na Libéria e Serra Leoa até o fim de setembro. O número tende a dobrar em dois meses, seguindo o atual ritmo de contágio. Extrapolando a estimativa para janeiro de 2015, com intervenções adicionais ou mudanças no comportamento da comunidade, a estimativa é de que o número de ocorrências de ebola na Libéria e em Serra Leoa pode estar entre aproximadamente 550 mil e 1,4 milhão, diz o relatório.
O diretor do CDC, Tom Frieden, alertou que as estimativas não levam em consideração planos ou ações tomadas pela comunidade internacional para ajudar a conter o vírus e que o levantamento tem como objetivo ajudar a dar uma resposta e controlar a disseminação do vírus.
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“Nós antecipamos que essas ações vão diminuir a disseminação da epidemia”, afirmou no relatório. O estudo toma como base dados de agosto a “reflete o momento antes do recente aumento significativo dos esforços para melhorar o tratamento e isolamento”.
Serra Leoa
O Exército de Serra Leoa fechou as fronteiras com a Libéria e a Guiné hoje, como uma medida para conter o ebola, afirmou um porta-voz da instituição à agência Reuters.
Para o governo da Libéria, existe a possibilidade de o país, Serra Leoa e Guiné entrarem novamente em guerra civil por conta da “lentidão” da resposta à epidemia de ebola.
“Os hospitais lutam, mas os hotéis também, assim como as empresas. Se isso continuar, os preços vão subir. A população está agitada”, disse o ministro da Informação, Lewis Brown à agência AFP hoje. “O mundo não pode esperar que Libéria, Serra Leoa e Guiné afundem novamente na guerra que pode resultar desta lentidão na resposta” contra o vírus, disse o ministro.
Serra Leoa impôs toque de recolher por três dias, que terminou na segunda-feira (22/09), para poder identificar novos casos e conter a propagação do vírus. A medida, de acordo com o ministro, faz com que todos os serra-leoneses sofram as consequências no país.
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgados ontem revelam que a epidemia já matou 2.793 e infectou 5.762 pessoas em cinco países na África Ocidental. Os três países mais afetados são Libéria, Serra Leoa e Guiné. Nigéria e Senegal vêm em seguida, com menos casos.