O funeral de Marwan Kawasme e Amar Abu Aysha, os dois palestinos mortos pelas tropas israelenses na madrugada desta terça-feira (23/09), reuniu milhares de pessoas na cidade de Hebron, na Cisjordânia.
Porta-vozes do Exército de Israel alegam que Kawasme e Aysha eram os militantes do Hamas responsáveis pela morte de três jovens israelenses em 12 junho. O episódio foi um dos estopins para o início da operação “Margem Protetora” na Faixa de Gaza, que deixou mais de 2.100 mortos entre palestinos e 70 baixas israelenses.
Efe
Protestos tomaram ruas de Hebron antes de funeral de dois militantes do Hamas na cidade
O governador de Hebron, Kamel Hmeid, afirmou que Israel “executou” os dois homens e em nenhum momento tentou detê-los para interrogá-los, segundo a agência de notícias palestina Ma’an. Protestos tomaram as ruas da cidade pouco antes do funeral, com pelo menos 20 palestinos feridos.
“O Hamas elogia o papel desempenhado pelos mártires Abu Aysha e Kawasme na perseguição aos colonos israelenses e ressaltamos que seu assassinato não vai enfraquecer a resistência”, declarou o porta-voz do grupo islamita, Sami Abu Zuhri, segundo a Reuters.
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Pelo menos três membros da família de Kawasme foram presos por suspeita de envolvimento no sequestro seguido de morte dos três adolescentes israelenses. Para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a operação completou o objetivo de acertar os sequestradores.
“Nós dissemos desde o início que o Hamas era responsável pelo sequestro e o assassinato. Como juntamos as provas, o Hamas admitiu que estava por trás dos ataques”, declarou Netanyahu ao Haaretz.“Nós continuaremos a lutar contra o terrorismo, perseguiremos o inimigo e não descansaremos”, completou.
Logo após o desaparecimento dos três jovens israelenses, as Forças Armadas do país iniciaram uma larga campanha de busca na cidade de Hebron, destruindo casas e sequestrando pelo menos 700 palestinos. Na semana seguinte após o episódio, um adolescente palestino foi queimado vivo por um grupo de radicais israelenses em Jerusalém.