Determinados imigrantes sem documentação regularizada nos Estados Unidos poderão se juntar ao serviço militar, revelou o jornal USA Today nesta quinta-feira (25/09).
Conhecido como Mavni (sigla do inglês “Adesões Militares de Interesse Nacional”), o programa já existente vai se expandir para imigrantes sem visto norte-americano se eles tiverem vindo aos EUA acompanhados dos pais antes dos 16 anos e se tiverem sido aprovados pela Daca (sigla do inglês “Ação Diferida para Chegada de Crianças”, assinada pelo presidente Barack Obama em 2012).
Federico Mastrogiovanni/Opera Mundi
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As novas regras permitirão aos recrutadores selecionar até 1.500 estrangeiros por ano. Segundo o veículo, há interesse em conhecimento de línguas que essas pessoas podem ter, principalmente as consideradas “críticas” para a segurança nacional, como árabe, persa ou chinês. Estimativas sugerem que entre 1,2 milhão e 2,1 milhões de crianças e adolescentes imigrantes não têm estatuto legal nos Estados Unidos, mas cumprem os critérios do programa Daca.
O Mavni começou em 2008 e ainda é um programa piloto. O Pentágono notificou o Congresso na última quinta-feira (25/09) que o programa, que expira no final deste ano, será prorrogado por mais dois anos e, pela primeira vez, incluirá os imigrantes com estatuto aprovado pela Daca.
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Em média, os militares recrutam cerca de 5.000 estrangeiros que possuem o “green card” (Carta de Residência Permanente nos EUA). Em 2006, o Exército passou a aceitar alguns estrangeiros com vistos não permanentes, como estudantes ou turistas, se estes tivessem habilidades especiais valorizadas pela instituição.
Após entrar no serviço militar, os estrangeiros são elegíveis para obter cidadania norte-americana. Desde 2001, mais de 92 mil membros estrangeiros se tornaram cidadãos enquanto serviam.
Trata-se de uma nova política do Pentágono para tentar aliviar a pressão sobre a polêmica da imigração nas fronteiras. Frustrado com o fracasso do Congresso em aprovar a reforma da imigração, Obama prometeu usar a autoridade presidencial para mudar a forma como as políticas de imigração têm sido direcionadas.
Efe/ arquivo
Imigrantes sem documentação são parados pela polícia: após entrar no serviço militar, eles são elegíveis para obter cidadania