O ministro da Economia de Israel, Nir Barkat, apresentou nesta sexta-feira (03/05) uma queixa ao chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann, sobre a decisão da Turquia de cortar os laços comerciais com o seu país por conta da continuidade dos ataques na Faixa de Gaza.
“Apresentei uma queixa a Korman contra a Turquia à luz da sua decisão unilateral de interromper o comércio marítimo entre os países”, relatou a autoridade israelense por meio de uma publicação na plataforma X.
O ministro ainda lançou acusações contra o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, definindo-o como um “ditador antissemita que está prejudicando a Europa como um todo por meio de uma decisão que viola flagrantemente as leitos do comércio marítimo”. Acrescentou também esperar que “a OCDE tome medidas contra a Turquia devido à decisão delirante de Erdogan que prejudica toda a economia europeia”.
נפגשתי לפני זמן קצר עם מזכ״ל הארגון לשיתוף פעולה ולפיתוח כלכלי ה-OECD מתיאס קורמן. הגשתי לקורמן תלונה נגד טורקיה לאור החלטתה החד צדדית לעצור את הסחר הימי בין המדינות. ארדואן הוא רודן אנטישמי שפוגע באירופה כולה בהחלטה שמפרה באופן בוטה את חוקי הסחר הימי ומזיקה לרציפות האספקה… pic.twitter.com/baIOjY6lJ6
— ניר ברקת (@NirBarkat) May 3, 2024
O encontro com Cormann aconteceu um dia após Ancara, um dos principais parceiros comerciais de Tel Aviv, suspender todas as exportações e importações de e para Israel em razão da continuidade dos ataques na Faixa de Gaza.
Segundo a Reuters, a nova proibição abrange todo o comércio, totalizando US$ 5,4 bilhões em exportações turcas, ou quase 6% de todas as importações de Israel. O banco de Wall Street JPMorgan informou que, no curto prazo, essa suspensão pode aumentar marginalmente as pressões sobre os preços para bens em Tel Aviv.
Nesta sexta-feira, o governo da Turquia reiterou que não retomará o comércio com Israel até a garantia de um cessar-fogo de caráter permanente e ajuda humanitária digna no enclave.
Segundo o ministro do Comércio turco, Omer Bolat, a decisão foi tomada pela “atitude intransigente” de Israel e suas constantes ameaças de invadir Rafah, cidade localizada no sul do território palestino, o chamado “último abrigo humanitário de Gaza”.
Antes do rompimento definitivo, em 9 de abril, a Turquia já havia anunciado outras restrições relativas à exportação para Israel. Foram interrompidos o envio de 54 grupos de produtos, incluindo cimento, aço, alumínio, materiais de construção e equipamentos de ferro. Sobre a medida, Ancara argumentou que a venda de produtos que pudessem ser usados para fins militares não estava autorizada.
“A decisão permanecerá em vigor até que Israel declare um cessar-fogo imediato em Gaza, de acordo com suas obrigações sob o direito internacional, e permita um fluxo suficiente e ininterrupto de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza”, afirmou Bolat, na ocasião, acrescentando que se tratava apenas da “primeira fase” de restrições.