Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
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O ministro da Economia de Israel, Nir Barkat, apresentou nesta sexta-feira (03/05) uma queixa ao chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann, sobre a decisão da Turquia de cortar os laços comerciais com o seu país por conta da continuidade dos ataques na Faixa de Gaza.

“Apresentei uma queixa a Korman contra a Turquia à luz da sua decisão unilateral de interromper o comércio marítimo entre os países”, relatou a autoridade israelense por meio de uma publicação na plataforma X.

O ministro ainda lançou acusações contra o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, definindo-o como um “ditador antissemita que está prejudicando a Europa como um todo por meio de uma decisão que viola flagrantemente as leitos do comércio marítimo”. Acrescentou também esperar que “a OCDE tome medidas contra a Turquia devido à decisão delirante de Erdogan que prejudica toda a economia europeia”.

O encontro com Cormann aconteceu um dia após Ancara, um dos principais parceiros comerciais de Tel Aviv, suspender todas as exportações e importações de e para Israel em razão da continuidade dos ataques na Faixa de Gaza.

Twitter/Nir Barkat
Encontro entre ministro da Economia de Israel, Nir Barkat, e chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann

Segundo a Reuters, a nova proibição abrange todo o comércio, totalizando US$ 5,4 bilhões em exportações turcas, ou quase 6% de todas as importações de Israel. O banco de Wall Street JPMorgan informou que, no curto prazo, essa suspensão pode aumentar marginalmente as pressões sobre os preços para bens em Tel Aviv. 

Nesta sexta-feira, o governo da Turquia reiterou que não retomará o comércio com Israel até a garantia de um cessar-fogo de caráter permanente e ajuda humanitária digna no enclave.

Segundo o ministro do Comércio turco, Omer Bolat, a decisão foi tomada pela “atitude intransigente” de Israel e suas constantes ameaças de invadir Rafah, cidade localizada no sul do território palestino, o chamado “último abrigo humanitário de Gaza”.

Antes do rompimento definitivo, em 9 de abril, a Turquia já havia anunciado outras restrições relativas à exportação para Israel. Foram interrompidos o envio de 54 grupos de produtos, incluindo cimento, aço, alumínio, materiais de construção e equipamentos de ferro. Sobre a medida, Ancara argumentou que a venda de produtos que pudessem ser usados para fins militares não estava autorizada.

“A decisão permanecerá em vigor até que Israel declare um cessar-fogo imediato em Gaza, de acordo com suas obrigações sob o direito internacional, e permita um fluxo suficiente e ininterrupto de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza”, afirmou Bolat, na ocasião, acrescentando que se tratava apenas da “primeira fase” de restrições.