Agência Efe
Agentes sanitários trabalham em Serra Leoa: mais de 5 mil pessoas morreram em função do vírus ebola; Libéria é o país mais atingido
Centenas de pessoas com suspeita de estarem contaminadas pelo vírus ebola desapareceram dos registros de hospitais na Libéria. Com o sistema de saúde em crise devido à epidemia, amigos e familiares não conseguem acesso às informações sobre a situação dos pacientes. A informação foi divulgada nesta terça-feira (21/10) pelo jornal Washington Post.
Há casos em que os hospitais nem sequer sabem dizer se o paciente deu entrada ou não nos leitos. Em situações mais graves, vítimas fatais são cremadas sem aviso aos familiares.
A falta de informação é um dos principais agravantes da crise frente ao ebola no país. Como destaca o WP, cerca de 30% das pessoas contaminadas pela doença conseguem sobreviver ao contágio. No entanto, em contraponto ao início da epidemia no país, quando havia descrença sobre os efeitos da doença, cresce agora na Libéria a ideia de “vírus mortal”, levando autoridades a isolar pessoas com suspeita como se já estivessem à beira da morte.
De acordo com a imprensa local, com o sumiço dos pacientes, as famílias “entram em desespero” ao saber que não há qualquer tipo de registro no sistema de saúde do país.
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O ebola fez pelo menos 2.500 vítimas fatais na Libéria, país mais atingindo pela epidemia. Para contornar a crise, a ONU já declarou que ajudará a Libéria a trabalhar com os registros no sistema de saúde.
O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, disse nesta segunda-feira (20/10) que a luta contra o ebola requer “pelo menos” US$ 1,8 bilhão e ressaltou que é imprescindível financiar o trabalho sanitário para evitar uma catástrofe maior. A presidente da Libéria, Ellen Johson Sirleaf, declarou que uma geração de africanos pode “se perder” em função da “catástrofe econômica” provacada pelo ebola.
“É o dever de todos nós, como cidadãos globais, enviar uma mensagem de que não abandonaremos milhões de pessoas no oeste da África à sua própria sorte contra um inimigo que não conhecem e contra quem não têm defesa”, disse a presidente em entrevista à BBC.
OMS fará testes clínicos de vacina contra ebola
A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou hoje (21) que, em novembro, começarão na Suíça testes clínicos de uma das duas vacinas já desenvolvidas contra o ebola.
“O teste de Lausanne (Suíça) incluirá metade do total de voluntários em que serão testadas as vacinas e permitirá ter o número suficiente de pessoas para testar sua segurança e imunogenicidade (resposta imunológica no organismo)”, declarou a subdiretora-geral da OMS, Marie-Paule Kieny.
De acordo com informações da Agência Efe, a vacina é a NIAID/GSK, desenvolvida pela farmacêutica GlaxoSmithKline e que já está sendo testada em voluntários em Reino Unido, Estados Unidos e Mali.
O número mínimo necessário para realizar os testes de uma vacina deste tipo é de 250 pessoas saudáveis, entre 18 e 65 anos.