O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou neste sábado (24/01), após a divulgação de um suposto vídeo em que grupo jihadista Estado Islâmico (EI) anuncia a execução do refém japonês Haruna Yukawa, que o “Japão nunca se vai se dobrar perante os terroristas” .
“O Japão vai continuar contribuindo com a luta da comunidade internacional a favor da paz e contra do terrorismo”, acrescentou Abe em um comparecimento perante a imprensa após a realização de uma reunião de emergência de membros do governo japonês convocada por conta da divulgação da gravação.
Agência Efe
Shinzo Abe convocou gabinete para reunião de emergência após divulgação do vídeo
No vídeo, postado no Twitter por simpatizantes do EI, o refém japonês, Kenji Goto, afirma que seu companheiro de cativeiro foi executado pelo grupo jihadista.
“Não tenho palavras para descrever a dor de sua família. Esse um ato de terrorismo imperdoável e uma barbaridade. Estou indignado e o condeno energicamente”, disse o primeiro-ministro sobre a execução de Yukawa.
Ele garantiu que seu governo está empregando todos os esforços necessários para solucionar a situação do jornalista japonês que ainda é mantido refém do EI, e pediu que o grupo não o machuque e o liberte imediatamente.
Na gravação, cuja autenticidade ainda não foi comprovada, aparece uma foto de Goto segurando um retrato de Yukawa, supostamente degolado, que acompanha o áudio. Em seu relato, o jornalista sequestrado explica em inglês que o que mostra é uma imagem de Yukawa “assassinado na terra do califado islâmico”. Segundo o EI, o material foi recebido pelo governo japonês e pela família da vítima.
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O ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani, explicou a imprensa que o governo analisa detalhadamente a gravação. Ao ser perguntado se é possível confirmar a morte de Yukawa, ele afirmou: “isso é o que parece, mas estamos estudando a autenticidade da imagem”.
Após saber a notícia, a mãe de Goto, Junko Ishido, disse que no áudio seu filho está bastante nervoso com a proximidade de sua execução. Chorando, ela afirmou não ser possível manter o otimismo em uma situação como essa.
Em um vídeo divulgado anteriormente na internet, um suposto membro do Estado Islâmico deu um prazo de 72 horas, que terminou ontem, ao governo do Japão para pagar US$ 200 milhões e evitar a execução.
Yukawa, o cidadão japonês que o EI alega ter executado, tinha 42 anos e viajou à Síria aparentemente para montar uma empresa de segurança, mas acabou se juntando a um grupo rebelde sírio.
Goto, por sua vez, é um famoso jornalista freelancer de 47 anos especializado em zonas de conflito que estava no norte da Síria quando foi sequestrado.