Peter Greste, jornalista australiano da emissora Al Jazeera, foi libertado neste domingo (01/02) de uma prisão no Egito, onde estava detido desde dezembro de 2013. Após exatos 400 dias de cárcere, as autoridades do Cairo ordenaram a extradição do repórter, que volta agora ao seu país de origem.
Em comunicado, o veículo árabe expressou “satisfação” pela decisão, mas também pediu a libertação dos dois companheiros do jornalista, o egípcio-canadense Mohammed Fahmi e o egípcio Baher Mohammed, que chegaram a ser condenados junto a Greste a até dez anos de prisão.
O governo egípcio alega que os jornalistas teriam difundido notícias que supostamente favoreciam o ex-presidente Mohamed Morsi, deposto em 2013, o que apresentaria um elo com a Irmandade Muçulmana, grupo político e religioso classificado como “terrorista” pelas autoridades locais.
EFE/ arquivo
Foto de março de 2014 mostra, da direita para esquerda: Peter Greste, Mohammed Fahmy e Baher Mahmoud em tribunal no Cairo
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Desde a apreensão do trio, o veículo originário do Catar criou diversas campanhas internacionais pela liberdade dos profissionais. Uma das mais conhecidas foi o slogan #FreeAJStaff (algo como “libertem os funcionários da Al Jazeera”).
“Nós estamos muito satisfeitos por Peter e por sua família. Foi uma inacreditável e injustificável detenção. A integridade de Peter não está apenas intacta, mas foi reforçada pela coragem e sacrifício que ele demonstrou em sua profissão de informar o público”, declarou o diretor geral da Al Jazeera, Mostefa Souag.
“Nós não descansaremos até que Baher e Mohamed também conquistem suas liberdades. As autoridades egípcias têm o poder de acabar com isso decentemente hoje e é exatamente o que eles devem fazer”, completou Souag.
It's 00:00 in Cairo, #Egypt. Our colleagues have been detained in an Egyptian prison one more day. #FreeAJStaff pic.twitter.com/fsVY73nuGu
— Al Jazeera English (@AJEnglish) 31 janeiro 2015