No oitavo dia de negociações em torno do programa nuclear iraniano, após duas prorrogações no prazo, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, afirmou, nesta quarta-feira (02/04), que “a opção militar seguirá sobre a mesa” se não for alcançado um acordo internacional sobre a questão. Nesta quinta-feira (02/04), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammed Javad Zarif, criticou as declarações, consideradas “repetitivas” e as ameaças “vazias”.
“A opção militar seguirá certamente sobre a mesa. Uma das minhas funções é garantir que todas as opções estejam sobre a mesa”, afirmou Carter em declarações ao programa Today da emissora NBC.
Agência Efe
Representantes de G5+1 (Alemanha, EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) estiveram com delegação iraniana na Suíça
“Um acordo não pode basear-se na confiança, mas tem que basear-se na verificação. Não sei qual será o resultado, mas o acordo deve ser um que nos mantenha seguros, a nós e à região”, considerou o responsável pela Defesa dos EUA.
De acordo com o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, até agora as seis potências negociadoras (EUA, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) não receberam do Irã “os compromissos específicos e tangíveis” necessários para fechar um acordo.
Irã
A versão contrasta com o que foi exposto por Zarif nesta quinta-feira (02/04). De acordo com ele, foram feitos “avanços significativos” até o momento. “O que esperamos fazer é estabelecer os parâmetros para os assuntos que devem ser resolvidos para poder redigir e concordar em quase três meses um plano de ação global, que será o produto final”, explicou.
Com relação às declarações de Carter, o iraniano afirmou que elas têm como único objetivo “corromper a atmosfera racional” das negociações que estão acontecendo na Suíça em um “momento sensível e complicado”.
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“Estas declarações confirmam o direito iraniano a não confiar nos EUA, e seguramente não terão efeito nas racionais, justas e bem fundamentadas posições iranianas em relação ao assunto nuclear”, acrescentou.
Em qualquer caso, Dehqan disse que a República Islâmica “sempre estará sob qualquer condição” preparada para responder a qualquer agressão ou ameaça hostil e poderá dar “uma resposta decisiva no campo da ação”.
O ministro também ironizou se referindo à possibilidade de Carter sofrer a doença de Alzheimer por já ter esquecido as “recentes derrotas” de seu país no Oriente Médio e no mundo.
(*) com agência Efe