Grupos palestinos e o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, concordaram, nesta quinta-feira (08/04), com a criação de uma força militar conjunta para expulsar o EI (Estado Islâmico) do campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk, situado a oito quilômetros ao sul de Damasco.
Após a tomada do local pelo grupo jihadista no início da semana, a situação humanitária foi descrita como “catastrófica” por autoridades. Também hoje, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, pediu uma ação para evitar um massacre. “O que está se desenrolando em Yarmouk é inaceitável”, disse Ban a repórteres na sede da ONU nesta quinta. “Nós simplesmente não podemos ficar parados assistindo o desdobramento de um massacre”, afirmou.
Agência Efe
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As declarações de Ban foram proferidas após o porta-voz da Organização pela Libertação da Palestina, Ahmad Majdalani, afirmar que foi realizado um acordo entre as facções palestinas e lideranças sírias para continuar as consultas para uma força conjunta com forças do governo.
“O esforço palestino será complementar à ação do Estado sírio para expulsar os terroristas do campo de Yarmouk”, afirmou Majdalani, um dia após se reunir com todas as organizações palestinas, com exceção da Aknaf Beit al-Maqdess, ligada ao grupo radical Hamas e de oposição ao regime sírio de Bashar Al Assad.
Nos últimos dias, o campo de refugiados se tornou palco de confrontos entre facções palestinas opositoras a Bashar al Assad e membros do grupo sunita, que controla pelo menos 90% do local desde o fim de semana. Acredita-se que a infiltração tenha sido motivada sobretudo para atacar o grupo palestino Aknaf Beit al-Madqis.
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Posição brasileira
O governo brasileiro manifestou nesta quarta (08/04) sua preocupação com as notícias de assassinatos e graves violações de direitos humanos ocorridos nos últimos dias em Yarmouk e a drástica deterioração da situação humanitária no local, onde residem aproximadamente 18 mil civis. “O Brasil recebe com apreensão os relatos da ação criminosa de grupos jihadistas no campo, em especial do autodenominado Estado Islâmico e da Frente al-Nusra, e condena com firmeza os atos de violência contra a população civil”, informou por meio de nota.
O Brasil também reforçou seu apoio aos esforços da UNRWA, a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados da Palestina, no alívio da situação humanitária enfrentada pelos refugiados palestinos na região. O país é membro do Comitê Consultivo da UNRWA desde dezembro de 2014.
* Com informações da Agência Brasil