O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, anunciou nesta segunda-feira (04/05) que vai renunciar ao posto, acrescentando que seu partido – o extrema-direitista Ysrael Beiteinu – não fará parte do próximo gabinete do governo do primeiro-ministro conservador, Benjamin Netanyahu.
EFE/arquivo
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman: proposta de criação de Estado da Palestina está mais próxima
“Nosso dilema é de princípios, não de assentos [no Parlamento]”, declarou Lieberman, segundo o jornal israelense Haaretz. “Além disso, nós chegamos a uma clara e inequívoca conclusão de que não seria certo, em nossa perspectiva, uma aliança com a presente coalizão [liderada pelo partido Likud, encabeçado pelo premiê]”, completou.
A decisão do chanceler vem três dias antes do prazo final para Netanyahu formar sua nova coalizão, caracterizada por Lieberman como “a incorporação do oportunismo”, após o Likud conquistar a maioria dos assentos do Parlamento nas eleições gerais de 17 de março.
Para o chefe da diplomacia, “está claro que o próximo governo não tem a menor intenção de derrubar o Hamas”, apesar de suas “demandas de objetivos estratégicos” contra o grupo islamita em atuação na Faixa de Gaza.
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Durante as negociações com Netanyahu, Lieberman teria imposto uma série de exigências como parte de um acordo preliminar para se juntar à coalizão do Likud, incluindo a total responsabilidade para o diálogo com Washington.
Proeminente figura da extrema-direita israelense, o chanceler deve deixar o cargo em até dois dias. Ele alega que seu partido poderá ser melhor aproveitado nas bancadas da oposição, representada no país pela coalizão Campo Sionista, de Isaac Herzog.
À frente da diplomacia de Israel, Avigdor Lieberman esteve envolvido em uma série de polêmicas, principalmente envolvendo a criação de um Estado Palestino. Em relação ao Brasil, um dos casos mais conhecidos vinculados ao nome dele aconteceu no fim de julho de 2014, quando o seu porta-voz, Ygal Palmor, taxou o Brasil de “anão diplomático” após a reação do governo brasileiro sobre os ataques israelenses a Gaza na operação “Margem Protetora”, que deixou mais de 2.200 palestinos mortos.
Na ocasião, Palmor ainda afirmou que “desproporcional é perder de 7 a 1”, em referência à derrota brasileira para a Alemanha na Copa do Mundo. Por conta das declarações, o porta-voz foi demitido e substituído em setembro passado.
Mikhail Frunze/Opera Mundi
Palmor foi porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel e foi substituído