* Atualizada às 21h16
O Parlamento grego aprovou, com ampla maioria e após horas de debate, na madrugada desta quinta-feira (16/07) [noite da quarta-feira, no Brasília], o acordo assinado pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, com os credores europeus. No total, 229 deputados votaram a favor e 64 contra, com 6 abstenções e 1 ausência.
O prazo dado pelos credores para a aprovação encerrou-se à meia-noite desta quarta-feira (15/07, horário local; 18h de Brasília). A pedido do partido Aurora Dourada, de extrema-direita, a votação foi realizada nominalmente. Apesar da tensão vivenciada durante todo o dia, devido à incerteza de como votaria o Syriza, o parlamento aprovou, com ampla maioria, o acordo, devido ao apoio dado pela oposição à medida.
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Agência Efe
Ao discursar no parlamento, Tsipras voltou a afirmar que seguirá lutando pelos trabalhadores e pela população pobre da Grécia
Como era previsto, a votação expôs um racha no interior do partido do premiê, Syriza. Dos 162 correligionários, 32 votaram contra a medida, seis se abstiveram e um não compareceu.
Entre as liderenças do Syriza que se posicionaram contra o acordo estão o ex-ministro da Economia Yanis Varoufakis e a presidente do parlamento, Zoe Konstantoupoulo, bem como os vice-ministros da Segurança Social, Dimitris Stratoulis e da Defesa, Kostas Isijos e o ministro da Energia e do Ambiente, Panayotis Lafazanis.
“Ajudarei Tsipras votando no 'não' porque não temos o direito de mudar o voto no 'não' que o povo nos deu pelo sim”, disse, durante a sessão, a presidente do parlamento. E continuou: “A austeridade é um veneno para o bem-estar da sociedade. Trata-se de um crime contra a humanidade, um genocídio social. Nunca pensei que meu partido aceitaria um acordo que acrescenta mais dívida à que já é ilegítima e odiosa.”
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Durante a exposição que realizou no plenário, Tsipras voltou a afirmar que seguirá lutando pelos trabalhadores e pessoas mais pobres gregas e chegou a ser aplaudido de pé pelos deputados presentes, incluindo Varoufakis. “Esse governo vai lutar com a mesma paixão que antes para fazer as reformas necessárias para combater corrupção e ao mesmo tempo temos que ajudar os pobres, a maioria das pessoas, os trabalhadores não queremos deixá-los sozinhos”, afirmou.
Agência Efe
Sessão no parlamento foi ocorreu durante a madrugada de quinta (16/07); votação foi nominal
Tsipras voltou a ressaltar que é contra diversos aspectos presentes no acordo com os credores da troika e disse se tratar de “uma chantagem ao povo e ao governo grego”. Isso porque não havia escolha. “Que opções, que alternativas tínhamos? Uma era aceitar o acordo, com o qual não concordávamos; a outra era aceitar uma quebra do Estado e finalmente, uma terceira, era o projeto grexit [saída da Grécia da zona do euro] e uma moeda paralela”.
Ele observou então que diante as opções não representam um retrocesso ao passado e que o país escolheu “a responsabilidade diante dos trabalhadores, diante de uma sociedade porque não queria que a sociedade acabasse em um destino pior do que o do presente”.