Após a aprovação do Parlamento da Alemanha ao terceiro pacote de resgate à Grécia, a chanceler Angela Merkel viajou nesta quarta-feira (19/08) para o Brasil, para se reunir com a presidente Dilma Rousseff na primeira cúpula intergovernamental entre os dois países.
EFE/Arquivo
Dilma e Merkel se cumprimentam na cúpula Celac-UE em junho de 2015, em Bruxelas; ao lado delas, o presidente do Equador, Rafael Correa
A delegação da chefe de governo conta com ao menos seis ministros e cinco secretários de Estado que serão recebidos nesta noite para um jantar no Palácio da Alvorada. A agenda oficial terá início na quinta-feira (20/08) e deve priorizar questões como investimentos e acordo climático.
A Alemanha é o quarto maior parceiro econômico do Brasil. De acordo com dados de 2014, o volume de exportações ao Brasil foi de 11,8 bilhões de euros — um aumento anual de 1%, ao passo que as importações ficaram em 6,6 bilhões, o que representa uma queda de 7%.
Nesse panorama, Merkel deve pressionar Brasília a garantir melhores condições para investimentos das mais de 1.300 empresas alemãs que colocaram ao menos 19 bilhões de euros no país latino-americano, mas que enfrentam altos custos de energia, explicaram autoridades de Berlim à Reuters.
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Depois, ambas as líderes presidirão consultas bilaterais, de cerca de cinco horas de duração e centradas em aspectos como inovação, proteção climática e biodiversidade. Na delegação da chanceler estarão os ministros Frank-Walter Steinmeier (Relações Exteriores); Hermann Gröhe (Saúde); Barbara Hendricks (Meio Ambiente); Christian Schmidt (Agricultura); Alexander Dobrindt (Transportes); e Gerd Mülle (Cooperação).
Nesse contexto, representantes das duas nações buscarão um consenso sobre políticas ambientais para a conferência do clima das Nações Unidas — a COP 21 — que ocorrerá em dezembro, em Paris. Na cúpula espera-se que sejam fechados projetos sobre energias renováveis por cerca de 551 milhões de euros.
A visita da delegação de Merkel para a cúpula intergovernamental em Brasília reflete o grau de importância que o Executivo alemão dá para relação com o governo brasileiro. Entre os países emergentes, esse tipo de encontro de alto nível só ocorre com China e Índia, além de não acontecer com todas as nações da União Europeia.