Salvador Sánchez Cerén, presidente de El Salvador, assinou na noite de terça-feira (18/08) um plano de reforço para segurança nos transportes públicos do país. A decisão vem em meio a uma forte onda de violência que já deixou 125 mortos nos últimos três dias.
EFE
Chefe de Estado salvadorenho anunciou medida durante evento que homenageou policiais falecidos
“Quero ratificar ao país que o Plano de Segurança ao Transporte se mantém, mas que agora é um plano permanente que inclui uma presença maior de elementos policiais em ônibus, estações, terminais e também em pontos de controle de estradas”, afirmou Sánchez Cerén durante cerimônia em homenagem a policiais.
Segundo informações da PNC (Polícia Nacional Civil), no total, 54 motoristas do setor público foram assassinados nos sete meses de 2015. Além disso, pelo menos 41 policiais e 15 militares foram mortos em confrontos com o crime organizado nesse mesmo período.
A medida foi anunciada no mês passado, quando a facção Revolucionários da quadrilha Barrio 18 “impôs” uma greve no serviço de transporte por quatro dias consecutivos no dia 27 de julho. Naquele período, foram assassinados sete motoristas por, supostamente terem se negado a deixar de trabalhar.
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Violência em foco
A última segunda-feira (17/08) foi o dia mais violento do ano no país, com 43 homicídios. Segundo Mauricio Ramírez Landaverde, diretor-geral da PNC, as gangues estão por trás do aumento dos homicídios com “o único fim de lucrar ilicitamente”. De acordo com Ramírez, a disputa por “territórios” para a venda de drogas, armas e “aluguéis” originam esse tipo de enfrentamento visto nos últimos dias.
Outros motivos, diz o chefe de polícia, estão vinculados ao assassinato de mulheres que se “envolvem sentimentalmente” com gangues rivais e de integrantes que não cumprem ordens de grupos organizados. Desses crimes, mais de 85% são realizados com armas de fogo.
Ao jornal El Salvador, o diretor do IML (Instituto Médico Legal), Miguel Forte Magaña, declarou que houve um aumento de 1.141 assassinatos nos sete meses de 2015, em relação ao ano passado. Nesse panorama, a população inserida na faixa etária entre 10 e 35 anos é a mais exposta à violência criminal. Além disso, o IML informa que, como a média diária de homicídios em agosto é superior a 25, este mês pode terminar com saldo de 425 assassinatos.