Os governos de França e Reino Unido anunciaram, nesta quinta-feira (20/08), que vão criar um centro de operações conjuntas para controlar de mais de perto o fluxo de pessoas estrangeiras no porto francês de Calais, em mais uma capítulo da crise migratória na Europa. O objetivo da ação é impedir que refugiados consigam entrar no Reino Unido.
De acordo com os ministros de Interior dos dois países, o francês Bernard Cazeneuve e a britânica Theresa May, será implementado “um dispositivo de segurança sólido, resolvido e efetivo na entrada do túnel sob [o canal] da Mancha contribuirá para dissuadir os candidatos à imigração ilegal de ir até Calais ou de permanecer ali”.
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Agência Efe
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A cooperação franco-britânica no terreno da imigração se estenderá ao amparo humanitário das pessoas mais vulneráveis, como mulheres e menores. A operação do centro de comando e de controle bilateral de Calais será dirigida por autoridades francesas, mas reunirá também equipes britânicas encarregadas do controle de fronteiras e da Agência Nacional Britânica de Luta contra a Criminalidade.
O objetivo, de acordo com os governos, será erradicar a rede de traficantes que exploram os refugiados, que cobram milhares de euros por pessoa para tentar levá-las pelos caminhões que viajam ao Reino Unido.
O Reino Unido se comprometeu, no início de agosto, a investir 10 milhões de euros em novas medidas de segurança nas instalações do Eurotúnel.
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As medidas contemplarão a construção de quatro quilômetros de cercas suplementares, será aumentada a vigilância por câmeras de vídeo, assim como a tecnologia de detecção de presença humana com infravermelhos e projetores de iluminação.
O Eurotúnel, por sua vez, assinou um contrato para aumentar o número de agentes de segurança privada para proteger melhor suas instalações.
Macedônia
Em outra vertente da crise gerada pelo número de pessoas que fogem de guerras ou de situações econômicas e tentam entrar na Europa em busca de melhores condições de vida, a Macedônia decretou estado de emergência na fronteira do sul, com a Grécia, e norte do país, com a Sérvia.
De acordo com números oficiais, mais de 40 mil pessoas chegaram no país somente nos últimos dois meses.
Como a fronteira está bloqueada desde quarta-feira (19/08), grupos de mulheres, homens e crianças resistem às altas temperaturas sem ter aonde se abrigar e sem acesso a serviços essenciais.
Agência Efe
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O porta-voz ministerial, Ivo Kotevski, afirmou que o governo usará o Exército para aumentar a segurança das regiões, dos cidadãos e dos recém-chegados e garantiu que a medida “pretende aumentar a segurança da população nas regiões fronteiriças, assim como garantir o tratamento integral e humano dos migrantes que transitam pelo país”.
Grécia
Em meio à crise econômica, que se alastra há anos, e política com a renúncia, nesta quinta, do premiê Alexis Tsipras, a Grécia tem lidado também com uma grande afluência de imigrantes ao país.
Somente hoje, 2.500 refugiados sírios chegaram a bordo do ferry “Eleftherios Venizelos”. Na chegada, as pessoas, a maioria famílias com crianças e homens jovens, foram amparadas por voluntários de ONGs, como informou a agência grega Amna.
Algumas dessas pessoas esclareceram à Amna que a intenção não é ficar na Grécia e sim seguir viagem para o norte, atravessando os Bálcãs para chegar na Europa Central antes que a Hungria termine o muro da fronteira com a Sérvia.
Somente este ano, 160 mil refugiados chegaram à Grécia, de acordo com dados da Acnur (Agência das Nações Unidas para os Refugiados).