Os colégios para meninas na cidade de Herat, a terceira mais populosa do Afeganistão, estão em alerta após o envenenamento premeditado de 600 alunas em oito dias e depois que nesta segunda-feira (07) outras 250 fossem intoxicadas, informaram fontes oficiais.
As 250 estudantes envenenadas hoje, com idades entre 8 e 17 anos, foram hospitalizadas depois que apresentaram quadro de enjoo, vômito e dor de cabeça. Os sintomas se apresentaram após a provável inalação de um tipo de gás quando entraram nas salas de aula, afirmou o porta-voz do Hospital Regional de Herat (HRH), Rafik Shirzai.
“Agora, a situação está controlada. As meninas estão melhor após receber tratamento”, disse Shirzai.
Agência Efe
Meninas e familiares no hospital Regional de Herat na última segunda-feira (31), quando começou a última onda de envenenamento
Já o porta-voz do governado de Herat, Ehsanullah Hayat, afirmou que as autoridades já estão trabalhando em um novo plano de segurança para as escolas.
“Durante os últimos dias, enviamos forças de segurança aos colégios, principalmente aqueles para meninas”, ressaltou ele, ao reconhecer que há falta de efetivo para proteger todos os centros educacionais.
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O governo local está realizando várias reuniões de emergência, embora ainda não tenha esclarecido as causas das intoxicações e quem está por trás delas.
“Estamos investigando seriamente o caso e continuamos em busca dos culpados”, disse o porta-voz da Polícia de Herat, Abdul Rauf Ahmadi.
A educação entre meninas e mulheres tem aumentado consideravelmente em Herat. Somente no ano passado, do total de candidatos a uma vaga na universidade, 55% eram mulheres.
Os casos de intoxicações em escolas para meninas são bastante frequentes no Afeganistão e costumam estar rodeados de mistério. Os talibãs, tradicionalmente opostos à educação feminina, foram apontados por estas intoxicações no passado, mas porta-vozes dos extremistas negaram envolvimento nestes fatos e recentemente afirmara que se governassem permitiriam que as mulheres estudassem.