A ONG internacional de direitos humanos Reprieve denunciou nesta quarta-feira (07/10) que dois detentos de Guantánamo que são seus clientes cancelaram o encontro com advogados do grupo, após a prisão restabelecer a revista íntima para os prisioneiros. Para a organização, a prática é “uma tentativa deliberada de impedir que os detentos se encontrem com seus advogados”.
“Após catorze anos de falta de dignidade, não é supreendente que muitos dos meus clientes não desejem se submeter a mais humilhação de serem despropositadamente tateados pelos guardas”, afirmou Cori Crider, diretora da Reprieve.
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Apesar de proibição pela Justiça dos Estados Unidos em 2013, a revista genital voltou a ser praticada em Guantánamo
Segundo fontes em Guantánamo, a revista consiste em um guarda colocar a mão “entre o saco escrotal e a coxa” do preso e pressionar a virilha com a mão para detectar se existe algum objeto escondido. O guarda analisa também as nádegas do detento.
Um funcionário da base relatou à ONG que o iemenita Samir Moqbel disse que recusou o encontro com sua advogada porque não queria passar pela revista. O paquistanês Ahmed Rabbani também cancelou a visita.
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Durante uma greve de fome em 2013 em que mais de 100 presos aderiram, a revista genital foi suspensa após ser uma das pautas levadas à Justiça norte-americana. Na época, o juiz federal Royce Lamberth, que sentenciou o fim da prática, declarou o procedimento é “religiosa e culturalmente repugnante”.
Representantes da ONG solicitaram um encontro com o comandante da base, mas até o momento não foram respondidos.