Em pronunciamento na Casa Branca nesta terça-feira (24/11), o presidente francês, François Hollande, defendeu que cortar as fontes de financiamento do EI (Estado Islâmico) é o caminho para derrotar o grupo extremista, responsável pelos ataques em Paris no dia 13 de novembro, que deixaram 130 mortos e mais de 350 feridos.
“Nossa resposta será comum, coletiva e implacável. Nós iremos cortar suas fontes de financiamento e rastrear seus dirigentes”, declarou Hollande após se reunir o presidente norte-americano, Barack Obama, que também se pronunciou e respondeu a perguntas de jornalistas.
EFE
Os dois chefes de Estado concederam uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (24/11), na Casa Branca, em Washington
Hollande citou o tráfico de petróleo, de drogas e de pessoas como fontes dos recursos do EI. Nos últimos dias, caminhões do EI que transportavam petróleo foram alvos de bombardeios da coalizão militar liderada pelos Estados Unidos.
O presidente da França disse ainda que recusa a ideia de que migrantes e terroristas são sinônimos, mas, segundo ele, é preciso “controlar as fronteiras”. Ele defendeu o fechamento da fronteira entre Síria e Turquia. “No plano militar, trata-se de destruir o EI em todos os lugares onde se encontra”, disse. Hollande afirmou que a coalizão internacional deverá garantir equipamentos e armas às forças que lutam em terra contra o EI no território sírio.
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Hollande defendeu também que o presidente sírio, Bashar al-Assad, deve sair do seu cargo para que a situação do país se normalize, ideia compartilhada por Obama. “É necessário que haja uma transição política, um governo de união nacional, mas sem Bashar al-Assad”, declarou o presidente francês. Esse é o principal ponto de desacordo entre os Estados Unidos e a Rússia, que também bombardeia o EI na Síria mas defende a manutenção de Assad no poder, argumentando que, sem ele, a Síria se encontraria em uma situação mais frágil.
EFE
Antes dos pronunciamentos, Hollande e Obama fizeram uma reunião em que discutiram o combate ao EI
Obama demonstra apoio
Em seu discurso, Barack Obama reiterou o apoio à França. “Nunca nos esquecemos como o povo francês esteve ao nosso lado após o 11 de setembro. Hoje, estamos com vocês”, disse Obama, se dirigindo a Hollande. “Somos todos franceses”, concluiu, em francês.
Obama recordou ainda que, no passado, a França apoiou os EUA na independência do país e os norte-americanos ajudaram a libertar a França do fascismo durante a Segunda Guerra Mundial.
A intensificação na troca de informações estratégicas entre Washington e Paris foi um ponto lembrado pelos dois presidentes como medida importante para o combate ao terrorismo. Segundo Obama, o aumento da segurança nos Estados Unidos que se seguiu aos atentados de 11 de setembro de 2001 preveniu outros ataques e salvou vidas.