Após derrota histórica do chavismo na Venezuela, o presidente eleito da Argentina, o conservador Maurício Macri, desistiu de pedir a aplicação da cláusula democrática contra Caracas no Mercosul, anunciou a sua nova chanceler, Susana Malcorra, nesta segunda-feira (07/12).
EFE
Maurício Macri apresentou postura contra governo Maduro desde que foi eleito novo chefe da Casa Rosada
“A cláusula democrática se aplica sobre feitos e o feito era as eleições de ontem. Creio que hoje podemos dizer que as eleições funcionaram dentro do que o marco democrático estabelece”, argumentou Malcorra, em entrevista à rádio Mitre.
A declaração de Macri a respeito da possibilidade de a nova administração argentina entrar com recurso contra a Venezuela na próxima reunião no Mercosul — prevista para 21 de dezembro em Assunção (Paraguai) — ocorreu em sua primeira conferência de imprensa após vencer o pleito presidencial, em 23 de novembro.
A partir de 5 de janeiro de 2016, a Assembleia Nacional da Venezuela será completamente diferente. Agora, pelo menos 99 deputados legislarão pela MUD (Mesa da Unidade Democrática, coalizão de partidos opositores) e 46 pelo Grande Polo Patriótico, liderado pelo governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela).
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Repercussão
Além do posicionamento de Macri, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse que “a liberdade foi conquistada” nas eleições venezuelanas de domingo (06/12). Em seu Twitter oficial, o chefe de governo espanhol também pediu a libertação de líderes opositores, como Leopoldo López.
Nesta manhã, a UE (União Europeia) também declarou que os venezuelanos votaram “pela mudança” e pediu que todos os políticos da nação latino-americana dialoguem e cooperem de modo construtivo para enfrentar os novos desafios.
“O diálogo e a cooperação construtivos fortalecerão as insituições democráticas na Venezuela”, afirmou a chanceler do bloco, a italiana Federica Mogherini, em comunicado.
Com a divulgação do resultado oficial, reconhecido pelo presidente da nação, Nicolás Maduro, os mercados do país também se movimentaram. Nesta manhã, o preço dos bonds venezuelanos (papel da dívida em dólares) subiu. Segundo analistas consultados pela Reuters, trata-se de um aceno à vitória da oposição, que permitirá implementar reformas pró-mercado mais facilmente tendo agora maioria no Congresso.
Queremos para #Venezuela lo mismo que para #España: derechos, bienestar para todos y libertad para los presos políticos #EspañaEnSerio
— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) 7 dezembro 2015