Pequim vive nesta terça-feira (08/12) seu primeiro dia de alerta vermelho pelo alto índice de poluição do ar. É a primeira vez na história da capital chinesa que o mais alto alerta de poluição é declarado pelas autoridades.
O Escritório de Meio Ambiente de Pequim emitiu o alerta na noite de ontem para que entrasse em vigor a partir das 7h locais (21h de Brasília de segunda-feira), devido aos perigosos níveis da qualidade do ar.
Agência Efe
Turistas passeiam por Pequim nesta terça-feira (08/12), primeiro dia de alerta vermelho por poluição
O alerta vermelho, o mais alto em uma escala de quatro cores, determina que metade dos automóveis particulares não circulem, através de um rodízio em função do último número da placa: ímpares circulam em um dia, pares circulam em outro.
Também está proibida a circulação de caminhões pesados, o que tornou o trânsito na cidade mais tranquilo do que o habitual na hora do rush da manhã de hoje.
Para compensar os cerca de 2 milhões de habitantes que não poderão usar seus automóveis, a administração da cidade estendeu os horários e aumentou a oferta de serviços do transporte público.
“Você tem que fazer o que puder para se proteger”, disse o morador Li Huiwen à AP. “Mesmo quando estou usando a máscara [para respiração], me sinto desconfortável e sem energia.”
O efeito da poluição do ar é agravado pelas condições climáticas e pela geografia de Pequim, que tem distritos industriais ao sul e ao leste que geram poluição, e montanhas ao norte e ao oeste que ajudam a mantê-la sobre a cidade. Mesmo assim, a situação tem aumentado o questionamento na China com relação aos custos do crescimento econômico sobre o ambiente.
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Agência Efe
Turistas passeiam por Pequim nesta terça-feira (08/12), primeiro dia de alerta vermelho por poluição
Indústria e construção civil paralisadas e escolas fechadas
As medidas mais importantes do alerta vermelho se referem à indústria e ao setor da construção. As grandes obras foram suspensas e as fábricas que mais poluem reduziram ou interromperam sua produção.
Além da construção, os setores mais afetados são o de geração de energia, siderurgia e produção de cimento.
As escolas primárias e secundárias suspenderam as aulas, mas os centros seguem abertos para os alunos que precisam comparecer para que seus pais possam trabalhar.
Também foi solicitado às empresas e às instituições oficiais que ofereçam horários flexíveis para seus funcionários e algumas permitiram que empregados trabalhassem de suas casas.
O alerta ficará em vigor até o meio-dia de quinta-feira (2h de Brasília) e, pouco depois, espera-se que uma frente fria com ventos constantes disperse a nuvem de poluição.
Já foi pior
Este é o segundo episódio de poluição aguda em Pequim em pouco mais de uma semana. O último, que começou no fim de novembro, registrou números piores de qualidade do ar, mas o Escritório de Meio Ambiente municipal não emitiu alerta superior ao laranja.
Naquela ocasião, as autoridades da capital receberam críticas por não terem declarado o alerta vermelho e por terem permitido que as crianças frequentassem as aulas.
Os níveis atuais de poluição em Pequim, entretanto, não são tão graves em termos históricos e são relativamente recorrentes nesta época do ano, quando o uso da calefação aumenta o consumo de energia, baseada principalmente na queima de carvão.
O sistema de detecção da embaixada norte-americana, que normalmente informa números mais altos que os oficiais da administração chinesa, assinalava ontem e na manhã de hoje níveis de partículas finas PM 2,5 – as mais perigosas para a saúde – de entre 200 e 300 microgramas por metros cúbicos, com um pico de 315 às 6h locais de hoje.
Por outro lado, na semana passada, em três dias consecutivos foram registrados índices entre 450 e 666 microgramas, as piores concentrações do ano de 2015, mas o alerta não passou de laranja.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda 25 como o nível máximo seguro de partículas PM 2,5 no ar.
Segundo a BBC, autoridades chinesas relutavam em se comprometer com metas significativas de redução de emissões de carbono, mas já reconhecem que o país deve diminuir sua dependência de combustíveis fósseis. Na Conferência da ONU sobre o Clima (COP21), em andamento em Paris, o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu agir sobre as emissões da China, que tem o carvão como fonte de 60% de sua energia.
Agência Efe
Turista observa Pequim nesta terça-feira (08/12), primeiro dia de alerta vermelho por poluição
*Com Agência Efe