O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, admitiu nesta quinta-feira (07/04) ter lucrado em cima da empresa offshore de seu pai, Ian Cameron, que foi revelada pelos “Panama Papers” no último domingo (03/04).
O premiê afirmou ter possuído ações da companhia, chamada de Blairmore Holdings Inc, que administrava bens de famílias da elite britânica. Estas ações foram vendidas por mais de 30 mil libras (mais de R$ 150 mil) apenas quatro meses antes de Cameron ser eleito para o cargo de primeiro-ministro.
Agência Efe
David Cameron admite ter lucrado em cima de empresa offshore de seu pai
“É claro que eu possuía ações no passado, naturalmente. Eu vendi todas em 2010 porque, se eu pretendia ser primeiro-ministro, não queria que ninguém dissesse que eu tinha outros interesses”, disse Cameron à rede de televisão britânica ITV.
“Nós [o premiê e sua esposa, Samantha] possuíamos cinco mil títulos no fundo de investimento da Blairmore, que vendemos em janeiro de 2010 por em torno de 30 mil libras”, explicou.
NULL
NULL
“Mas eu paguei todos os impostos do Reino Unido [em cima das ações] do jeito normal. Francamente, não tenho nada a esconder. Estou orgulhoso do meu pai e do que ele fez, o negócio que estabeleceu e todo o resto. Não aguento ver nosso nome sendo arrastado pela lama”, defendeu o primeiro-ministro.
Cameron ainda disse ter recebido uma herança de 300 mil libras (mais de R$ 1,5 milhão), porém ele diz desconhecer se a quantia foi obtida por meio da empresa offshore.
Até poucos dias atrás, o primeiro-ministro negava seu envolvimento na companhia dirigida pelo pai. Porta-vozes do governo chegaram a dizer que Cameron não possuía ações, interesses nem fundos em paraísos fiscais.
Na ocasião da revelação da empresa pelos “Panama Papers”, o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, pediu que fosse aberta uma investigação independente sobre as acusações que pesavam sobre a família Cameron.