A Mitsubishi Motors admitiu, nesta terça-feira (26/04), ter desrespeitado a legislação japonesa para medir a eficiência de combustível de seus veículos nos últimos 25 anos.
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Mitsubishi ek Wagon é um dos carros envolvidos na manipulação de testes de eficiência
Em entrevista coletiva à imprensa, os executivos da companhia informaram que a empresa usou testes que não estão de acordo com padrões japoneses desde 1991. Além disso, foram reaproveitados dados técnicos de determinados modelos para medir a eficiência energética de outros.
“Deveríamos ter mudado, mas acontece que não mudamos”, disse o vice-presidente executivo da empresa, Ryugo Nakao.
“Nós não sabemos o quadro todo e estamos em processo para tentar determinar isso. Sinto uma grande responsabilidade”, afirmou o presidente da companhia, Tetsuro Aikawa.
Nakao acrescentou que metas internas de economia de combustíveis durante o desenvolvimento dos modelos podem ter contribuído para as manipulações. “Julgando pelo que as investigações mostraram até agora, parece que houve pressão”, contou aos jornalistas.
Segundo Nakao, uma equipe de especialistas deverá informará os resultados das investigações nos próximos três meses.
O governo japonês criou uma comissão de investigação para examinar os métodos usados pela empresa e outros fabricantes para medir a eficiência energética de seus carros. As autoridades do país também anunciaram que farão visitas às fábricas da Mitsubishi.
Agência Efe
Presidente da companhia, Tetsuro Aikawa disse em coletiva de imprensa sentir “grande responsabilidade” com irregularidades
“É um assunto muito grave que deve ser investigado. Precisamos determinar quem é responsável pela falsificação, para garantir que isto não voltará a acontecer”, declarou o ministro dos Transportes e Infraestrutura, Keiichi Ishii.
Manipulação
Na semana passada, a Mitsubishi reconheceu ter modificado a pressão do ar dos pneus durante os testes de consumo de combustível de 625 mil unidades vendidas no Japão dos modelos de minicarros Mitsubishi eK Wagon, Mitsubishi eK Space, Nissan Dayz e Nissan Roox.
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De acordo com informações divulgadas nesta terça, funcionários da empresa substituíram determinados dados das versões 4WD destes quatro modelos pelos números dos que estão configurados com tração dianteira e, portanto, são muito mais rápidos e eficientes.
Como resultado, esses veículos foram comercializados sob a falsa garantia de que seu consumo, um dos fatores que os tornariam mais competitivos, era entre 5% e 10% mais eficiente do que é na realidade.
Desde a primeira revelação das irregularidades, em 20 de abril, a empresa perdeu quase a metade de seu valor de mercado, chegando a 49,76%.
Volkswagen
Em setembro de 2015, a Volkswagen admitiu que a falsificação da taxa de poluentes emitidos pelos seus carros podia envolver até 11 milhões de veículos ao redor do mundo.
Investigações apontaram que veículos da marca emitem gases como dióxido de carbono (CO2) e óxidos de nitrogênio de cinco a 40 vezes acima do limite permitido segundo a legislação norte-americana.
A investigação apontou que os carros possuem um software que controla o funcionamento do motor. O equipamento detecta quando o veículo está sendo testado para emissões e, nesse caso, controlaria o motor para que os gases fossem liberados a níveis dentro do permitido durante os testes.
(*) Com Agência Efe