Atualizada às 17h18
O rei Felipe VI da Espanha decidiu nesta terça-feira (26/04) não propor um novo candidato à presidência do governo do país, o que supõe a dissolução das Câmaras e a convocação de novas eleições parlamentares, que devem ocorrer no dia 26 de junho.
O anúncio foi feito pelo presidente do Congresso, Patxi López, após o rei passar por uma nova rodada de consultas com Mariano Rajoy, presidente de governo interino e líder do PP (Partido Popular), e Pedro Sánchez — líder do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) — e concluir que nenhum deles possui apoio suficiente para tentar formar governo.
Agência Efe
Rei Felipe VI decidiu não nomear nenhum candidato à presidência do governo
O comunicado do Palácio de Zarzuela, entretanto, não fala de novas eleições, apenas assinala que o rei “constatou que não existe um candidato que conte com os apoios necessários (…) portanto não formula uma proposta de candidato à presidência do governo” e explica que isso está previsto no artigo 99 da Constituição espanhola.
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O artigo constitucional estabelece que o rei dissolverá o Congresso e o Senado, convocando novas eleições, caso nenhum candidato consiga formar governo no prazo de até dois meses após a primeira votação de candidatura ao cargo ocupado atualmente por Rajoy.
O prazo de dois meses desde que Sánchez se candidatou ao cargo e perdeu a votação, pois não contava com o apoio do partido de esquerda Podemos, se encerra na próxima segunda-feira, dia 2 de maio. No dia 3, o rei assinará a dissolução do Parlamento e a convocatória de novas eleições.
Esta será a primeira vez que a Espanha terá de realizar novas eleições parlamentares por não conseguir formar governo desde que o país restabeleceu a democracia, em 1975. As últimas eleições parlamentares, que deram maioria para o PP, PSOE e Podemos, aconteceram no dia 20 de dezembro de 2015.
Líderes comentam novas eleições
Diante da possibilidade de novas eleições, os líderes dos principais partidos espanhóis recorreram às redes sociais para comentar o que esperam dessa nova etapa.
“Sairemos para ganhar, tendo claríssimo o mandato em que vocês nos disseram que queriam um governo de progresso e vamos continuar trabalhando nesse sentido (…) Agora temos a obrigação de seguir caminhando para a frente (…) Temos que ultrapassar o PP e ganhar as próximas eleições”, disse em vídeo postado no Twitter o secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias.
Salimos a ganar y lo hacemos con tod@s vosotr@s, contando siempre con vuestro mandato. Sorpasso? Claro que sí, al PPhttps://t.co/8v0AOJMufX
— Pablo Iglesias (@Pablo_Iglesias_) 26 de abril de 2016
“Quero passar uma mensagem de confiança para o povo espanhol. Confiança porque a Espanha vai sair mais forte dessa encruzilhada, com uma vontade mais firme, mais determinada e mais clara para mudar o rumo do país”, disse Sánchez, também em vídeo divulgado no Twitter do partido.
Em sua própria conta na rede social, Sánchez alfinetou o Podemos, dizendo que “os eleitores do Podemos não votaram em Iglesias para que ele desse uma segunda oportunidade a Rajoy”, em referência à possibilidade do atual presidente de tentar formar governo e se reeleger no novo pleito, algo que não ocorreria caso o Podemos tivesse apoiado a candidatura de Sánchez.
El cambio se aplaza 2 meses pero llegará. El cambio sensato, progresista, que merecen los españoles @sanchezcastejonhttps://t.co/CvMwLnuVQ7
— PSOE (@PSOE) 26 de abril de 2016
Rajoy, por sua vez, se mostrou otimista diante de novas eleições, afirmando que a maioria dos espanhóis quer um governo “estável e moderado”. Ele também agradeceu aos eleitores do PP.
He defendido los intereses de una mayoría de españoles que apuestan por la moderación y la unidad de su país. Lo voy a seguir haciendo
— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) 26 de abril de 2016