O governo de Israel deveria paralisar a construção de assentamentos que impedem o desenvolvimento palestino, afirma um documento do chamado Quarteto para o Oriente Médio (formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Organização das Nações Unidas) divulgado nesta sexta-feira (01/07).
Reprodução/PeaceNow
Segundo Quarteto para o Oriente Médio, construção de assentamentos em territórios ocupados deveria ser paralisada
De acordo com o relatório, as terras utilizadas para construção dos assentamentos – destinadas ao uso exclusivo dos israelenses – são as mesmas que os palestinos buscam para um futuro Estado.
Segundo os membros do Quarteto, que mediam um processo de paz entre palestinos e israelenses atualmente paralisado, a política de Israel “está erodindo constantemente a viabilidade da solução de dois Estados”.
“Isto desperta dúvidas legítimas sobre as intenções de longo prazo de Israel, que são agravadas pelas declarações de alguns dos ministros israelenses de que jamais deveria existir um Estado palestino”, diz o texto.
Em março de 2015, um dia após as eleições israelenses, o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, declarou que jamais haveria um Estado palestino em seu governo. Dias depois, porém, ele voltou atrás e afirmou que retomaria o objetivo da solução de dois Estados.
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A retomada dos trabalhos do Quarteto ocorre em meio às tensões entre Benjamin Netanyahu e o presidente norte-americano, Barack Obama, surgidas em 2015 após o acordo nuclear internacional liderado pelos EUA com o Irã, que não tem relações diplomáticas com Israel.
Segundo o relatório, Israel tomou para seu uso exclusivo cerca de 70% da Área C, que corresponde a 60% do território da Cisjordânia ocupada e onde estão a maioria de suas terras cultiváveis, recursos naturais e reservas de terra.
“Israel deveria cessar a política de construção de assentamentos e expansão, designando terra para uso exclusivo israelense e negando o desenvolvimento palestino”, diz o relatório.
O documento indica que pelo menos 570 mil israelenses vivem nos assentamentos, considerados ilegais de acordo com leis internacionais.
O texto afirma também que líderes palestinos deveriam condenar agressões contra isralenses, o que, de acordo com o Quarteto, não vem ocorrendo.