O presidente da Hungria, Janos Ader, anunciou nesta terça-feira (05/07) que o país realizará em 2 de outubro o referendo, anunciado em fevereiro, para decidir se aceita ou não o sistema de cotas sugerido pela UE (União Europeia) para a realocação de refugiados nos países do bloco.
Agência Efe
Refugiados na fronteira entre Sérvia e Hungria; referendo decidirá se húngaros aceitam ou não sistema de cotas sugerido pela UE
De acordo com um comunicado divulgado pela Presidência, a pergunta aos eleitores será “você quer que UE tenha a capacidade de determinar o assentamento obrigatório de cidadãos não-húngaros na Hungria mesmo sem o consentimento do Parlamento?”.
A ideia para o referendo foi lançada pelo partido direitista do primeiro-ministro, Viktor Orbán, que anunciou a convocação da votação em fevereiro. A legenda se opõe à realocação de 160 mil refugiados no bloco comunitário em um sistema de cotas, proposto no ano passado pela União Europeia para dividir os cidadãos não-europeus proporcionalmente entre os paises.
Orban classificou as cotas como “ilegais e não razoáveis”, dizendo que os refugiados “poderiam redesenhar a identidade cultural e religiosa da Europa”.
Junto com a Eslováquia, a Hungria recusou-se a adotar o sistema para realocar os refugiados que chegam ao continente a partir da Itália e da Grécia. Os governos húngaro e eslovaco entraram com uma ação contra a UE em Luxemburgo.
NULL
NULL
Angela Merkel afirmou que o anúncio do governo húngaro não foi uma surpresa. “Sabíamos da determinação do governo húngaro de colocar essa consulta. A única coisa nova é que agora sabemos a data”, declarou.
A chanceler alemã disse também acreditar que o referendo não acarretará “grandes mudanças” à situação atual dos refugiados no bloco.