A Justiça de Istambul emitiu nesta quinta-feira (04/08) uma ordem de prisão para o clérigo Fethullah Gülen, líder do movimento social-religioso Hizmet e acusado pelo governo de Recep Tayyip Erdogan de ser o responsável pelo golpe militar frustrado em julho no país.
Segundo a agência turca Anadolu, a ordem de prisão acusa o líder religioso, atualmente exilado nos Estados Unidos, de “ordenar a tentativa de golpe de 15 de julho”.
Agência Efe
Erdogan acusa Gülen de ter planejado golpe militar na Turquia; ele nega
Esta foi a primeira ordem de prisão emitida contra o clérigo após a tentativa de golpe.
Até o momento o governo turco não fez um pedido formal de extradição de Gülen aos Estados Unidos. No entanto, a ordem de prisão pode marcar o início desse processo.
Em 19 de julho, o governo da Turquia enviou documentos para embasar a extradição do líder do grupo Hizmet, organização que é classificada como terrorista por Ancara.
De acordo com o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, o Ministério da Justiça do país enviou quatro dossiês apresentando provas que embasariam a extradição de Gülen.
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Dias antes, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, havia afirmado que o país só consideraria o pedido turco se fossem apresentadas provas. Segundo o governo norte-americano, uma ordem de extradição só seria analisada depois de ser oficialmente requisitada pelas autoridades turcas.
Gülen vive no estado norte-americano da Pensilvânia desde 1999. Ele nega as acusações de estar envolvido na tentativa de golpe que deixou 290 mortos.
Desde 15 de julho ao menos 18 mil pessoas foram presas pelo governo turco acusadas de envolvimento com Gülen e o Hizmet. A repressão se estendeu a meios de comunicação, organizações assistenciais, escolas e universidades.
Mais cedo nesta quinta-feira, Erdogan afirmou que seu governo está determinado a “cortar” todas as supostas ligações entre o Hizmet e empresário do país.
“Sem dúvida, essa organização tem uma extensão no mundo dos negócios. Talvez é nisso que eles sejam mais poderosos”, disse o presidente turco a membros da Câmara de Comércio de Ancara.