O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta terça-feira (13/09) que o ministro de Energia e Mineração, Juan José Aranguren, vendeu as ações que possuía na companhia petrolífera anglo-holandesa Shell.
O anúncio sobre a venda das ações foi feito dias após o Escritório Anticorrupção do país recomendar que Aranguren, que é ex-CEO da Shell, se desvinculasse da empresa.
Agência Efe
Presidente argentino, Mauricio Macri, afirma que titular da pasta de Energia e Mineração vendeu ações na Shell
Em entrevista a veículos de comunicação durante o Fórum de Investimentos e Negócios na Argentina, em Buenos Aires, Macri disse que Aranguren vendeu as ações “por decisão própria, ainda que as ações que tinha não apresentassem uma posição relevante”.
Os papeis de Aranguren, de acordo com Macri, “não moviam o valor das ações em nível mundial, mas entendo que o mundo de hoje se mede com sinais”.
À agência de notícias Bloomberg, Macri qualificou como “valorosa” a decisão de seu ministro, que vendeu as ações por 16 milhões de pesos.
Após o anúncio do mandatário, em nota à imprensa, o Ministério de Energia e Mineração do país afirmou em seu site que a venda total das ações ocorreu de acordo com a recomendação do Escritório Anticorrupção, “não obstante a ausência de incompatibilidade legal com o exercício do cargo e a obrigação legal de transferir ditas ações, indicada na dita resolução”.
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Na sexta-feira (09/09), o escritório havia recomendado, por meio de resolução, que Aranguren vendesse suas ações ou adotasse “alguma medida patrimonial” em relação às ações.
Wikicommons
O ministro de Energia e Mineração da Argentina, Juan José Aranguren, vendeu suas ações da Shell
De acordo com o órgão, ainda que não haja nenhuma regulamentação que “proíba a posse de ações em empresas que operam no âmbito onde um funcionário desempenha e somente o obriga a abster-se de intervir em questões relacionadas à dita sociedade, as particulares circunstâncias do caso fazem com que a solução prevista pela norma resulte ineficiente como meio para garantir a imparcialidade na tomada de decisões públicas”.
Em junho, a Polícia Federal argentina realizou buscas em escritórios do Ministério de Energia e Mineração após denúncias de irregularidades na compra de gás do Chile, como superfaturamento e falta de licitação. Essas supostas irregularidades teriam beneficiado a Shell.