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Visão aérea de uma rua Nova Orleans, maior cidade da Luisiana, depois da passagem do Katrina
Em 29 de agosto de 2005, o furacão Katrina – de categoria 4 – provoca devastação na área de Nova Orleans, no estado da Luisiana, nos EUA. Apesar de ser apenas o terceiro mais poderoso da série de furacões da temporada de 2005, Katrina foi o pior desastre natural da história dos EUA. Após breve permanência na costa da Flórida, ainda como categoria 1, o Katrina ganhou força antes de invadir o Golfo do México, em 29 de agosto. Além da devastação provocada na área de Nova Orleans, o furacão causou danos no litoral do Mississípi e do Alabama, bem como em outras partes da Luisiana.
O prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin, ordenou uma evacuação obrigatória da cidade ainda em 28 de agosto, quando o Katrina atingiu a categoria 5 e o serviço de meteorologia previu uma intensa destruição em toda a região. Cerca de 150 mil pessoas que não tinham recursos para deixar a área, ou que não quiseram, foram obrigadas a permanecer em casa. A tormenta trouxe ventos persistentes de 250 quilômetros por hora, que cortaram as linhas de transmissão e destruíram casas. O Katrina provocou recordes de ondas de tempestades em toda a costa do Mississípi. As ondas do mar passaram pelos diques que protegiam Nova Orleans, situada cerca de 2 metros abaixo do nível do mar, do Lago Pontchartrain ao rio Mississípi. Com o rompimento do dique, 80% da cidade ficaram inundados até o teto das casas.
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Milhares de pessoas buscaram refúgio no Centro de Convenções de Nova Orleans e no estádio Superdome da Luisiana. A situação nos dois lugares rapidamente se deteriorou, quando começou a faltar água potável e alimento e as condições sanitárias se tornaram insuportáveis. A frustação daquela gente atingiu a indignação quando viram que os esforços de salvamento levaram dois dias para começar. Enquanto isso, os moradores retidos em suas residências sofriam de calor, fome e falta de atendimento médico. Relatos de saques, roubos e até assassinatos começaram a vir à tona. Assim que as TVs passaram a mostrar as cenas da catástrofe, o público norte-americano e mundial pôde ver que a esmagadora maioria das vítimas era de afro-americanos e pobres, trazendo à baila a questão da suposta igualdade racial e social nos EUA. O governo federal e o presidente George W. Bush foram criticados pela demora na resposta ao desastre. O chefe da Agência Federal de Emergências, Michael Brown, renunciou em meio à controvérsia.
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Jipe militar passa em frente ao estádio Superdome, abrigo dos refugiados, também danificado
Somente a partir de 1º de setembro as primeiras pessoas começaram a ser levadas do Superdome e do Centro de Convenções para o Astrodome em Houston, Texas. No dia seguinte, comboios militares chegaram com suprimentos e a Guarda Nacional foi chamada para impor a ordem. Esforços foram feitos na busca e identificação dos corpos. Oito dias após a chegada do furacão, o Corpo de Engenharia do exército completou temporariamente os reparos necessários em três pontos do sistema de diques de Nova Orleans, com o que puderam bombear a água acumulada para fora da cidade.
Acredita-se que o furacão tenha causado a morte de mais de 1,3 mil pessoas e deixado mais de 150 bilhões de dólares em prejuízos tanto às propriedades privadas quanto à infraestrutura pública. A cobertura de seguro teria alcançado apenas a soma de 40 bilhões. Um milhão de pessoas foram deslocadas, fenômeno jamais visto desde a Grande Depressão. Quatrocentas mil pessoas perderam o trabalho. Ofertas internacionais de ajuda chegaram mesmo de países miseráveis como Bangladesh e Sri Lanka. As doações privadas de norte-americanos atingiram a soma de cerca de 600 milhões.
Outros fatos nesta data:
1533 – O último imperador inca, Atahualpa, é executado por ordem do conquistador espanhol Francisco Pizarro
1831 – Michael Faraday, físico britânico, inventa o dínamo, gerando a corrente contínua
1982 – Morre em Londres, no dia em que completou 67 anos, a atriz sueca Ingrid Bergman
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