O primeiro-ministro grego Lucas Papademos enfrenta nesta quinta-feira (1º/12) a primeira greve geral de seu governo e a sétima realizada no país só neste ano. Entre as reivindicações do movimento está o fim das políticas de austeridade adotadas em meio à crise europeia. As informações são das agências Efe e Reuters.
A GSEE (Confederação Geral de Trabalhadores) e a ADEDY (Confederação de Associações de Funcionários Públicos), representando, no total, cerca de dois milhões de filiados, constituem os dois maiores sindicatos gregos e protestam contra as demissões massivas de funcionários públicos, o aumento dos impostos indiretos, o desemprego a redução de salários e pensões.
Christos Kiosis, chefe da união de trabalhadores da EYDAP (empresa grega de abastecimento hídrico), disse em entrevista à NET TV que os manifestantes vieram “às ruas para deixar claro que esse orçamento é o orçamento da austeridade, é o orçamento da fome, que não deve ser aprovado”.
Todos os serviços da administração pública e municipal, incluindo as empresas públicas de eletricidade e comunicações deixarão de funcionar nesta quinta-feira. Hospitais operarão apenas em casos de urgência e, no caso do transporte, as ferrovias, as barcas e a marinha mercante estarão paralisadas durante todo o dia. As escolas e universidades, assim como os tribunais, também aderirão à greve de 24 horas.
Os transportes públicos da capital (metrô, ônibus, trolebus e bonde) interromperão suas atividades no início e no final do dia, e manterão seu funcionamento entre 8h e 9h e 21h e 22h da hora local para que os trabalhadores possam se deslocar ao centro para participar da manifestação principal.
Apenas um sindicato dos bancários aderiu à mobilização, o que afetará parcialmente o setor. O principal sindicato de controladores aéreos e os trabalhadores das companhias aéreas decidiram não participar da greve e nenhum vôo, portanto, será cancelado.
Esta greve geral é a primeira enfrentada pelo governo de união nacional presidido por Papademos e coincide com um conselho de ministros no qual se decidirá sobre um novo projeto de lei – parte das medidas de austeridade exigidas pelo acordo em que a União Europeia concederá um novo empréstimo de 130 bilhões de euros ao país.
Em troca, espera-se que os bancos negociem aproximadamente 50% da dívida grega e que o Executivo de Atenas realize novos cortes, como demissões de funcionários, cortes de salários públicos e pensões e a liberalização de profissões reguladas por cotas, como a dos taxistas.
Panagiotis Proutzos, líder dos trabalhadores do setor de turismo, acentua, em entrevista à agência Reuters, que “nada mudou. [Que esta] é a mesma política que nos trouxe a um ponto sem retorno”.
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