Quem nunca? Foto por kjetil_r
Nada no mundo poderia ser mais desejado do que sexo, certo? No entanto, a jornalista Tracy Clark-Flory, do site Salon, diz ter começado a observar um fenômeno interessante: pipocam pesquisas sobre as diversas coisas que as pessoas preferem ao sexo. Facebook, uma boa noite de sono, bacon, ou seu prato preferido – segundo vários grupos de estudos e pesquisadores, muita gente não abriria mão de nada disso por sexo.
Flory chama a atenção para o caráter “interessado” destes estudos. Uma pesquisa que concluiu que 43% dos canadenses preferem bacon a sexo foi conduzida pela empresa Maple Leaf Foods Inc., uma fabricante de – veja só – bacon. Outro estudo descobriu que 61% dos adultos estadunidenses preferem uma boa noite de sono a uma boa noite de amor – e foi patrocinado pelo Conselho por um Sono Melhor, um órgão da indústria de colchões. Uma pesquisa realizada pela empresa de aplicativos móveis Telenav concluiu que (surpresa) um terço dos estadunidenses prefeririam ficar sem sexo a ficar sem seu celular – em uma enquete no site Gazelle, que promove venda de eletrônicos de segunda mão, 15% declarou que preferiria “abrir mão de sexo a ficar um fim de semana sem o seu iPhone”.
Para a jornalista, o sexo é a medida suprema do desejo – parece óbvio que uma empresa tente fazer seu produto parecer ainda mais desejável. Além disso, ao mostrar que as pessoas preferem passar tempo no Facebook ou com seu iPhone do que se envolver física e intimamente com alguém, essas pesquisas alimentam o temor de que a tecnologia esteja mudando demais o nosso mundo, especialmente a maneira em que nos relacionamos uns com os outros (vide os aplicativos de paquera no smartphone).
Já sobre os estudos que mostram como sono e comida podem ser mais interessantes do que sexo para alguns, Flory comenta que eles provocam um certo alívio: “Sexo é a perfeita celebração da vida, mas nem sempre a vida te coloca de bom humor, ou te dá tempo para celebrar. Alguns de nós podem achar estranho alguém priorizar somente fechar os olhos e se sentir melhor; outros vão dar um suspiro de alívio: 'não sou o único'.”
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