Imagens via Dronestagram
Trezentos e trinta ataques entre janeiro e novembro: segundo a revista italiana Studio, é esse o boletim de guerra estadunidense com relação às ofensivas guiadas pelos drones somente no Afeganistão. Os drones são veículos aéreos não-tripulados utilizados pelos EUA em incursões não só no já citado Afeganistão, mas também no Paquistão, no Iêmen e na Somália.
A guerra “sublimada” e robótica não tem nada de abstrata para os civis atingidos. Em uma tentativa de trazer à tona os ataques e as comunidades bombardeadas, o blogger londrino James Briddle criou o Dronestagram, um Tumblr que leva a guerra ao Instagram. Ele se baseia nos dados coletados pelo The Bureau of Investigative Journalism, encontra a localidade atingida no Google Maps e “instagrama” a imagem. Ao postá-la no Tumblr, Briddle adiciona as informações geográficas e estatísticas sobre os mortos e feridos nos ataques.
“As possibilidades políticas e práticas dos ataques de drones são consequências de tecnologias invisíveis e produtoras de distâncias, e de mídia e sociedade tecnologicamente desengajadas. Guerras estrangeiras e corpos estrangeiros sempre valeram menos, mas a tecnologia que deveria nos aproximar é usada para ocultar e confundir. Utilizamos tecnologias militares como GPS e Kinect para trabalho e lazer; e elas continuam sendo usadas militarmente para mutilar e matar, cada vez mais longe e sempre menos visível”, escreve Briddle em seu site. Sua intenção, ao postar imagens dos lugares atacados, é fazer com que eles sejam “um pouco mais visíveis, um pouco mais próximos. Um pouco mais reais.”
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