– Ausente na posse presidencial de Bolsonaro, Maurício Macri, presidente da Argentina, desembarca hoje (15/01) à noite no Brasil para uma reunião bilateral amanhã, quarta-feira, com o presidente brasileiro. Segundo o chanceler argentino, Jorge Faurie, um dos temas do encontro será a situação da Venezuela. Os dois presidentes devem fazer um pronunciamento conjunto sobre o tema. Brasil e Argentina são as maiores economias da América do Sul e sócios fundadores do Mercosul. Acompanham Macri em sua comitiva os ministros da fazenda, da segurança, da produção, da defesa, das relações exteriores e o secretário de assuntos estratégicos. Venezuela à parte, o que preocupa mesmo Macri é a pauta comercial com o Brasil. Em ano eleitoral, ele espera que o Brasil cresça e puxe a Argentina. No último período as exportações argentinas para o Brasil caíram de 76 bilhões de dólares em 2013 para 58,4 bilhões em 2018. Outra pauta importante é o Mercosul, pois a Argentina tem muito a perder com um Mercosul debilitado e, cá entre nós, o Brasil também.
– Hoje, 15 de janeiro, será um dia importante para o sucesso ou não do Brexit. No dia de ontem (14/01), a primeira ministra Theresa May fez vários apelos no sentido de que o Brexit pode não ocorrer se o acordo construído com a UE não for aprovado hoje no parlamento. A aprovação é bastante improvável, no entanto. Tanto um Brexit duro (sem acordo) como um não-Brexit pode ocorrer.
– Aliás, a pressão para que o Reino Unido abandone o Brexit e não saia da UE ficou mais forte nas últimas semanas. Foi divulgado ontem (14/01) um apelo de mais de 100 eurodeputados, membros do Parlamento Europeu, para que o RU reconsidere sua saída. Dos 751 membros do Parlamento Europeu, 111 já assinaram a carta e outros poderão assinar até o dia 21 quando ela será finalizada. Na carta se pede que os britânicos reavaliem a decisão “no interesse das próximas gerações” e se apresenta o comprometimento de “trabalhar juntos para reformar e melhorar a União Europeia”.
– Presidente Bolsonaro foi motivo de piada em um discurso de Trump para produtores agropecuários dos EUA no dia de ontem (14/01). Comemorando que os EUA voltaram a exportar carne para o Brasil, pela primeira vez desde 2003, Trump disse sobre Bolsonaro: “Ele (Bolsonaro) está feliz (ao ser comparado com Trump). Se não estivesse, eu não gostaria do país, mas eu gosto”, arrancando risos na plateia.
– Na China, um canadense foi sentenciado à pena de morte. Schelleberg estava preso desde 2014, na província chinesa de Liaoning, sob acusação de contrabando de drogas e tráfico em organizações internacionais. Em 2016, ele foi condenado a 15 anos de prisão, mas em dezembro passado (2018) um tribunal superior decidiu julgá-lo novamente. A sentença vem no bojo de uma tensão entre China e Canadá decorrente da prisão da principal executiva financeira da gigante da tecnologia chinesa Huawei. O primeiro ministro canadense reagiu à notícia da condenação à morte do cidadão canadense, dizendo que preocupa muito aquilo que ele considera uma arbitrariedade chinesa no caso em questão.
– O presidente colombiano, Ivan Duque, afirmou ontem (14/01) que algumas nações sul-americanas estão criando um bloco que substitua a Unasul (criada há 10 anos). O novo bloco se chamaria Prosul e não contaria com a participação da Venezuela.
– Na Guatemala segue a tensão decorrente da expulsão, por parte do presidente Jimmy Morales da CICIG, Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala, criada em 2007 a partir de um acordo com a ONU. Desde domingo estão ocorrendo marchas, bloqueios de estradas, manifestações em torno do Congresso, onde o presidente fez ontem (14/01) um pronunciamento do relatório de seu terceiro ano de mandato. A alta comissária da ONU para Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, fez nesta segunda (14/01) um chamado ao Governo da Guatemala para garantir a liberdade de expressão e opinião no país e o direito à assembleia e reuniões pacíficas. Ela também fez um chamado ao respeito às instituições do país como à Corte Constitucional, Tribunal Eleitoral e outras.
– 25º dia de shutdown nos EUA. Trump quer o dinheiro para o muro com o México. Um senador republicano, Lindsey Graham, tentou apresentar uma proposta para Trump de reabrir o governo por três semanas e tentar negociar com o Congresso. Se as negociações fracassarem então Trump partiria para a declaração de emergência nacional e conseguiria os recursos para o muro sem necessidade de aprovação do Congresso, mas Trump não aceitou a proposta.
– O Itamaraty divulgou um almoço que não aconteceu, com os embaixadores da Itália e da Bolívia no Brasil. O almoço teria ocorrido no dia de ontem (14/01) no Ministério da Defesa, com a presença do presidente Bolsonaro, do ministro da defesa, General Fernando Azevedo e Silva, do ministro da justiça, Sergio Moro, e dos embaixadores, da Itália, Antonio Bernadini, e da Bolívia, José Kinn Franco. Ambos os embaixadores, no entanto, negaram ter participado do almoço, Bernadini estaria fora de Brasília e José Kinn nem ficou sabendo. Vários órgãos da imprensa nacional repercutiram a divulgação do almoço nas agendas das autoridades envolvidas.
– A Rússia e o Japão tentam pôr fim a uma divergência territorial que perdura desde o final da 2ª guerra mundial. Tecnicamente ambos continuam em conflito, pois nunca houve um tratado pós-guerra que tenha sido assinado por suas respectivas autoridades. Reunidos ontem (14/01), os ministros do exterior Sergei Lavrov e Taro Kono tentaram construir um acordo em torno da territorialidade de quatro ilhas disputadas no Oceano Pacífico do Norte, as ilhas Curilas para russos e os Territórios do Norte para os japoneses. De partida, os russos disseram que as negociações prosseguirão se o Japão reconhecer as ilhas como território russo. As ilhas foram ocupadas pela então União Soviética ao final da 2ª guerra e são administradas pela Rússia. No entanto, nunca foi assinado nenhum tratado em que o Japão reconheça a soberania territorial russa sobre as ilhas. Quem acompanha minimamente a condução de Lavrov na política externa russa sabe que não será fácil para os japoneses reverterem as ilhas para seu território.
– O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, editor do The Intercept, denunciou em sua conta do Twitter o ataque homofóbico que sofreu nas redes sociais e que foram repercutidas por Eduardo Bolsonaro, via Twitter. Na postagem, aparece a foto de uma camiseta ilustrada com a foto de Bolsonaro-pai e uma piada claramente homofóbica, junto à menção do nome do jornalista. Na mensagem, o jornalista diz: deputado mais votado da história do Congresso brasileiro usa o pai para difundir piadas homofóbicas.
– Bolsonaro está se preparando para participar de sua primeira viagem internacional como Presidente do Brasil. Embarca no domingo (20/01) para Davos, onde participará do Fórum Econômico de Davos. Levará com ele, Araújo, Moro, Guedes e Heleno. Presidentes que já se sabe que não estarão no encontro este ano: Macron, Macri e Trump.
– O Projeto Migrantes Desaparecidos, da Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgou que pelo menos 30.510 pessoas morreram em imigrações irregulares no período entre 2014 e 2018. Mais de 19 mil mortes foram por afogamento. Desses, quase três mil foram nas Américas, mais de 60% na fronteira entre o México e os EUA. Os números podem ser ainda maiores pela dificuldade em se apurar esse tipo de fatalidade, dadas as circunstâncias irregulares da circulação de migrantes ilegais.
– A ativista social e política indígena argentina, Milagro Sala, líder da organização Barrial Tupac Amaru, foi condenada a 13 anos de prisão por associação ilícita, fraude da administração pública, desvio de fundos públicos e extorsão por um Tribunal Criminal de Jujuy. Salas denuncia que se trata de uma perseguição por parte do Governador Gerardo Morales, membro do Cambiemos e aliado do presidente Macri. Todo o processo, desde sua prisão (jan/2016) até sua condenação, teve perfil arbitrário e muitas irregularidades judiciais.
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