Pelo menos um quinto da floresta amazônica devastada no Brasil conta novamente com vegetação, segundo estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os resultados são preliminares e se referem às medições feitas no Pará, Mato Grosso e Amapá, três dos nove estados localizados na Amazônia brasileira.
Os dados parciais, segundo o Inpe, podem refletir a situação em toda a Amazônia, já que, por serem áreas próximas aos locais de avanço da agricultura e da pecuária, o Pará e o Mato Grosso estão entre os mais afetados pelo desmatamento na região.
Antônio Cruz/Abr (18/11/08)
Área desmatada da Floresta Amazônica às margens da rodovia Transamazônica, em Anapu, no Pará, em foto de 2008
Feito com base em imagens de satélite registradas em 2007, o estudo indica que 20% da área desmatada na Amazônia nas últimas décadas conta novamente com camada vegetal, embora de segunda geração, não tão densa e nem tão rica em biodiversidade quanto a original.
O levantamento aponta ainda que cerca de 50 mil quilômetros quadrados dos 233.399 devastados no Pará (22% do total) estão em processo de recuperação. No Amapá, o Inpe registrou um percentual de regeneração de 25% e no Mato Grosso, 11% de regeneração.
Os dados mostram que o uso da terra é mais intenso em Mato Grosso, onde a floresta foi substituída por culturas agrícolas – principalmente a de soja. No Pará, onde o desmatamento abre pastos para a pecuária, as áreas de pastagem são abandonadas após alguns anos.
De acordo com o Inpe, o acompanhamento da recuperação da floresta vai permitir avaliar o tempo de vida da chamada vegetação secundária e monitorar o quanto de carbono as novas árvores absorvem.
Os números foram apresentados durante a inauguração do Centro Regional da Amazônia, nova unidade do Inpe, em Belém (PA). A ideia é que o centro gradativamente passe a concentrar o monitoramento e as pesquisas sobre a Amazônia feitas pelo instituto.
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