O Partido Liberal-Democrático (PLD), que governa o Japão há 54 anos, corre o risco de perder as eleições gerais deste domingo. Pesquisas de intenção de voto preveem a derrota do primeiro-ministro, Taro Aso, candidato à reeleição.
As últimas sondagens apontam para a vitória do presidente do Partido Democrático (PD), Yukio Hatoyama, de 62 anos, que começou a carreira no PLD – como tantos outros – e agora promete uma “mudança de regime”. Se eleito, talvez o opositor precise de alguns partidos nanicos, que já manifestaram apoio ao candidato, a exemplo dos comunistas, atualmente com nove cadeiras na Câmara de Representantes, mas que possivelmente cresçam no pleito.
O mau desempenho de Taro Aso nas pesquisas é, em grande parte, fruto da recessão econômica na qual mergulhou o país nos últimos 12 meses e da alta taxa de desemprego (5,7%), a pior desde o pós-guerra.
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Político veterano e ex-ministro de Assuntos Exteriores nos mandatos de Koizumi e Abe, o atual primeiro-ministro substituiu Yasuo Fukuda à frente do governo japonês a partir de setembro de 2008. Neste ano, a popularidade do premiê chegou a ficar abaixo de 10%.
Dai Kurokawa/EFE
Eleitores foram às ruas de Tóquio para apoiar seus candidatos
Nestas eleições gerais, 104 milhões de japoneses com mais de 20 anos poderão ir às urnas para escolher os 480 ocupantes da Câmara Baixa, até agora dominada pelos governistas (303 membros) e Novo Komeito (31).
Das cadeiras que estão em jogo, 300 são definidas a partir de um sistema de circunscrições. As 180 posições restantes são proporcionalmente divididas entre listas de partidos. Ao todo, 1.374 concorrerão às eleições nas 47 províncias do país.
Promessas
Caso se confirme a vitória do PD nas urnas, é possível que as políticas econômica e externa do país passem por mudanças.
Sobre a política externa, Hatoyama defende um Japão mais independente com relação aos Estados Unidos, o que incluiria o fim do apoio logístico japonês ao conflito no Afeganistão e a revisão do status dos cerca de 50 mil militares norte-americanos no país.
No que se refere à política econômica, o PD propõe ajudas às famílias com filhos, cortes nos impostos, estímulo ao consumo interno, a diminuição das exportações e um fim nos problemas previdenciários do país no prazo de dois anos.
No entanto, seus opositores, entre eles o primeiro-ministro Aso, acusam os membros do PD de mudarem de opinião com muita rapidez e de não terem provas de que são capazes de governar.
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