Depois de quase 54 anos consecutivos no poder no Japão, o PLD (Partido Liberal-Democrata) viu hoje (16) o presidente do PD (Partido Democrático), Yukio Hatoyama, de 62 anos, ser eleito primeiro-ministro do Japão para um mandato de quatro anos.
O PD ganhou por maioria absoluta as eleições gerais do dia 30 de agosto no Japão, quando conseguiu 308 dos 480 cadeiras da Câmara Baixa. O líder do PD, o sexagésimo primeiro-ministro do Japão, recebeu os votos a favor de 327 deputados da Câmara de Representantes (68% do total), frente a 119 para o candidato do PLD.
O PD governará em coalizão com dois partidos minoritários, o esquerdista Social Democrata (PSD) e o Novo Partido do Povo (NPP), cujos líderes entrarão também no Executivo. A coalizão deve tentar estimular a demanda doméstica pela transferência de dinheiro às famílias com filhos, o corte nas tarifas de pedágio e da gasolina e a oferta de uma ajuda maior aos desempregados, entre outras políticas.
Desafios
Segundo a BBC, impulsionar a economia japonesa, que amarga seu pior desempenho em décadas, acabar com o alto índice de desemprego – que chegou ao recorde de 5,7%, o maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial – e resolver o problema da previdência social são os principais desafios do novo governo.
Semana que vem, Hatoyama fará sua primeira viagem oficial ao exterior. Ele vai se encontrar com Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, principal parceiro comercial do Japão. O premiê japonês defende uma relação mais “igualitária” com os norte-americanos e de “confiança” com Obama.
Hatoayama afirmou que, até agora, a relação foi “passiva” e defendeu laços mais ativos por parte do Japão. Também detalhou que, dentro do governo, “é preciso discutir e resolver” alguns pontos relacionados aos Estados Unidos, especialmente “questões sobre a segurança entre os dois países a longo prazo”.
Iene
Outro dos problemas que enfrenta o PD de Hatoyama é um iene cada vez mais forte frente a um dólar que perde peso, o que provoca grandes perdas entre os exportadores japoneses à hora de repatriar seus lucros desde o estrangeiro.
O novo ministro das Finanças, Hirohisa Fujii, um veterano de idéias conservadoras sobre a economia que foi ministro durante os 11 meses que não governou o Partido Liberal-Democrata entre 1993 e 1994, disse hoje que não intervirá nos mercados de divisas para desvalorizar o iene, já que a situação não é grave.
O PD acredita que um aumento do valor do iene não prejudicará o Japão durante muito tempo, já que o objetivo é que a segunda economia mundial se baseie em um modelo dependente da demanda interna e não tanto nas exportações.
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