O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje (14) a Jerusalém, de onde seguirá a Israel, à Cisjordânia e à Jordânia.
Esta é a primeira viagem oficial de um presidente brasileiro a Israel. Em 1876, o imperador Dom Pedro II esteve na região, quando o Estado de Israel ainda não havia sido criado.
Lula chegou ao aeroporto de Tel Aviv por volta das 17h30 (12h30, Brasília) e seguiu para Jerusalém, onde se reunirá amanhã com o presidente, Shimon Peres, e o primeiro-ministro , Benjamin Netanyahu. Ele também participará de um seminário com cerca de 200 empresários brasileiros e israelenses, e fará também um discurso no Parlamente israelense, o Knesset.
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Na terça-feira visitará Belém, Cisjordânia, para se reunir com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas.
O objetivo de Lula na viagem é aumentar as relações bilaterais com israelenses, palestinos e jordanianos, assim como promover o Brasil como mediador do processo de paz na região, estagnado desde 2008, quando o presidente palestino suspendeu o diálogo com o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert
Na época, Israel tinha iniciado uma nova ofensiva militar na Faixa de Gaza.
Diálogo
Um dos objetivos da visita, Lula leva a Israel a proposta de inserir o Brasil como interlocutor do difícil diálogo entre os palestinos e israelenses, e também entre palestinos da ANP e do Hamas.
O argumento brasileiro para participar do processo de paz é a ineficiência da mediação dos Estados Unidos e da ONU (Organização das Nações Unidas).
Na semana passada, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, fez uma visita à região com objetivo de lançar um novo processo de negociações indiretas entre palestinos e israelenses. Entretanto, na segunda-feira (8), o Ministério da Defesa de Israel aprovou a construção de 112 residências no assentamento de Beitar Ilit, em território ocupado na Cisjordânia.
O anúncio foi visto como uma ameaça à retomada das negociações. No dia seguinte, o Ministério do Interior, controlado pelo Shas, partido ultraortodoxo e a favor da ampliação dos assentamentos, divulgou a aprovação da construção de 1,6 mil casas em Jerusalém Oriental, que os palestinos reivindicam como capital de seu futuro Estado. A decisão foi criticada pelos EUA, principalmente por ter sido anunciada durante a visita de Biden.
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As propostas de Lula
O presidente brasileiro considera a existência de dois Estados – um para os palestinos e outro para os israelenses – essencial para estabilizar o conflito naquela região.
O diálogo com o Irã tem sido outro ponto-chave da política externa brasileira em relação àquela região. O Brasil tem intenção de participar das discussões acerca do Tratado Não-Proliferação Nuclear, e considera importante convencer a República Islâmica de não arsenal nuclear.
Esse foi um dos principais temas abordados pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, durante sua visita ao Brasil em fevereiro deste ano, e será tratado também pelas autoridades de Israel, que tem relações conturbadas com o Irã.
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