O consulado dos Estados Unidos em Ciudad Juárez, município que fica na fronteira, foi reaberto hoje (17) depois que três pessoas ligadas à sede diplomática foram assassinadas, no último fim de semana.
Por meio de um comunicado oficial, a representação informou que retomará seu horário habitual de funcionamento. Por isso, pediu “às pessoas cujos compromissos [consulares] foram remarcados que se apresentem na data fixada”.
No último fim de semana, foram mortos a funcionária Lesley A. Enríquez e seu marido, Redelfs Arthur Haycock. Em outro incidente, também foi assassinado Jorge Alberto Salcido, de 37 anos, um mexicano que era marido de outra funcionária consular.
As mortes causaram a indignação do presidente dos EUA, Barack Obama, que anunciou que seu governo não descansará até levar os culpados à Justiça.
Washington enviou a Ciudad Juárez, considerado o município mais perigoso do mundo, agentes do FBI para se somarem às investigações.
Ontem, o presidente do México, Felipe Calderón, acompanhado de uma delegação oficial, visitou a cidade para participar de uma reunião dedicada a avaliar o andamento de medidas anunciadas no mês passado por ele mesmo.
O investimento anunciado em projetos para enfrentar a violência na região chega a 46 milhões de dólares.
Críticas
Hoje, organizações independentes criticaram a postura do governo. Para Miguel García, do Observatório Popular pela Segurança, embora as autoridades tenham apresentado “dados alegres”, que apontam a redução da violência no local, a cidade “continua em chamas”.
“Temos 4 mil mortos sem rosto, 10 mil crianças órfãs e muitíssimos torturados, o que nos coloca em uma nova situação de medo, pânico e estresse muito agudo”, denunciou por sua vez Hugo Almada, professor da Universidade Autônoma de Ciudad Juárez.
Com suas críticas, Almada e García rebateram a exposição feita ontem pelo secretário de Segurança Pública do México, Genaro García Luna, segundo a qual o número de homicídios na cidade recuou 40% desde outubro.
Somente em 2009, mais de 2.500 pessoas foram assassinadas em Ciudad Juárez. Neste ano, as mortes já passam de 400.
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