O ministro do Interior do Chile, Rodrigo Hinzpeter, anunciou, nesta sexta-feira (19), o primeiro pacote de medidas para a reconstrução das áreas afetadas pelo terremoto que atingiu o país em 27 de fevereiro e teve 8,8 graus de magnitude na escala Richter.
As prioridades do plano, chamado “Levantemos Chile”, é re-erguer escolas danificadas e proteger as famílias desabrigadas. As medidas contemplam também a reativação do setor pesqueiro nas cidades do litoral atingidas pelo tsunami conseguinte ao terremoto.
Na apresentação do plano, com custo próximo a 110 milhões de dólares, Hinzpeter foi acompanhado pelo ministro da Educação Joaquín Lavín, o do Planejameno, Felipe Kast, o titular da Economia, Juan Andrés Fontaine, e pela porta-voz do Governo, Ena Von Baer. Os ministros fazem parte do comitê de reconstrução criado pelo presidente Sebastián Piñera.
Claudio Reyes/Efe (15/03/2010)
Homem retira escombros do terremoto a cidade de Talcahuano a 470 km da capital Santiago
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Temporada de chuvas
O programa prevê a construção de 20 mil casas de emergência, além de 25 mil barracas. Para isso, o Governo selou um acordo com a ONG “Um Teto para o Chile”, que se comprometeu a entregar cabanas antes de 11 de junho, dia do início da Copa do Mundo.
Além disso, durante a próxima semana serão entregues 25 mil tendas de campanha para as famílias que se encontrem em extrema precariedade, para que possam enfrentar a chegada da temporada de chuvas.
“As medidas são um complemento e não substituem as soluções definitivas em que o Ministério da Habitação está trabalhando”, explicou Kast, que contou que o custo desses planos se aproxima de 75 milhões de dólares. O governo calcula que há mais de 200 mil casas destruídas ou gravemente danificadas pelo terremoto.
Pesca artesanal
Para os pescadores, o plano autoriza a ampliação das áreas de pesca. As principais regiões beneficiadas serão as de Maule e Bío-Bío, onde muitos vivem do turismo e da pesca, e com os tsunamis tiveram as embarcações destruídas.
O ministro da Economia, Juan Andrés Fontaine, anunciou o programa “Voltemos ao Mar”, que inclui medidas para reativar a pesca artesanal e a criação de emprego para os pescadores enquanto retomam a atividade normal.
Assim, o Governo financiará a reparação e aquisição de novas embarcações com uma contribuição máxima de quase 4 mil dólares para os pescadores que estejam inscritos nos registros de pesca e que tenham credenciado atividade durante 2009.
Além disso, os pescadores desabrigados que não possam retomar suas atividades serão incluídos no programa especial para criar 60 mil postos de trabalho anunciado ontem pelo presidente.
Bolsas
Por sua vez, Lavín aclarou que o primeiro objetivo é realizar as obras de reparação das escolas para permitir que os alunos das áreas danificadas voltem às aulas no dia 26 de abril, mais de 40 dias depois do previsto. Piñera assegurou nesta quinta-feira que 2.750 escolas estavam inabilitadas e calculou em quase um milhão o número de crianças que não puderam iniciar normalmente as aulas.
Também foi acordada a entrega de uma bolsa de estudos mensal de manutenção e transporte de 30 mil pesos (57 dólares) para estudantes universitários das regiões de O'Higgins, Maule e Bío-Bío, as mais devastadas, como forma de evitar que alunos de educação superior larguem a escola.
O governo assegurou que nos próximos dias os demais ministérios divulgarão suas medidas para contribuir com a reconstrução do país após o tremor, que gerou perdas estimadas por Piñera em quase 30 bilhões de dólares, o equivalente a 17% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Setores da oposição, reunidos na frente chamada Concertación, sugeriram que o governo aumente a cobrança de royalties do setor de minério para que os recursos sejam destinados às vítimas da catástrofe.
Segundo os últimos números oficiais, o devastador terremoto deixou 452 mortos, 96 desaparecidos, 800 mil desabrigados.
* Com informações da Agência Efe
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