Policiais e militares mexicanos ocuparam o estado de Novo León, na fronteira com os Estados Unidos, após uma série de ações ousadas dos narcotraficantes, que bloquearam, inclusive, as avenidas da terceira principal cidade do México. Desde a quarta-feira passada, grupos de homens armados têm bloqueado ruas e estradas, incluindo as principais avenidas de Monterrey, a terceira cidade do país.
Na sexta-feira passada, dois estudantes foram mortos no fogo cruzado entre militares e membros do grupo armado Los Zetas, ligado ao Cartel do Golfo, na zona do campus da Universidade Tecnológica de Monterrey.
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Durante a jornada de sexta, os traficantes bloquearam 31 avenidas, parando automóveis, tomando as chaves dos motoristas e furando os pneus, o que provocou o caos no trânsito.
A união de Los Zetas com o Cartel do Golfo “tem gerado uma violência forte, particularmente no território de Tamaulipas, mas com efeitos colaterais em Nuevo León”, disse o secretário de Segurança de Nuevo León, Luis Carlos Treviño.
Neste fim de semana foram despedidos 81 policiais de Nuevo León, que estariam ligados a Los Zetas, informou o secretário de Segurança.
Desde o início da onda de bloqueios de ruas e avenidas no norte do México 30 pessoas foram executadas em Nuevo León, incluindo os dois estudantes da Universidade de Monterrey, sepultados nesta segunda-feira.
Falta de coordenação
O titular da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Raúl Plascencia, advertiu ontem que a estratégia federal contra o narcotráfico está sem coordenação.
Segundo Plascencia, “será preciso ter maior coordenação, capacitação e, especialmente, uma maior estratégia na luta contra o crime organizado para se evitar que a sociedade e os inocentes paguem um alto preço”.
Monterrey já é ocupada por militares que integram uma vasta operação nacional contra o tráfico de drogas e o crime organizado. Nos últimos três anos, a violência já matou 15 mil pessoas no México, apesar da mobilização de mais de 50 mil militares em todo o país.
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