A cidade de Moscou foi tomada neste sábado (3/4) por milhares de soldados das forças de segurança por ocasião da Páscoa Ortodoxa diante da previsão de possíveis atentados terroristas como os que foram cometidos nesta semana no metrô local.
O Comitê Nacional Antiterrorista russo ordenou o “reforço da segurança” em praças, cinemas, igrejas, pavilhões esportivos, mercados ao ar livre e no transporte público.
Esse esquema de segurança se dedicou especialmente aos 257 templos e aos cemitérios, que reunirão dezenas de milhares de pessoas, além do metrô, segundo o Ministério do Interior.
Só na capital russa, 11.460 soldados se encarregarão da manutenção da ordem hoje e no domingo de Páscoa, uma das festividades religiosas mais seguidas pelos fiéis ortodoxos.
No resto do país, foram mobilizados mais de 100 mil membros das forças de segurança, segundo as agências russas. Apenas na Catedral de Cristo Salvador de Moscou, a maior da Rússia e onde o patriarca ortodoxo, Cirilo, celebrará uma homilia, haverá 500 policiais dentro e fora do templo.
Panfletos
Segundo a imprensa russa, é provável que o presidente russo, Dmitri Medvedev, vá ao templo neste final de semana para rezar pelas vítimas dos atentados suicidas cometidos no metrô de Moscou e na república do Daguestão, no norte do Cáucaso. No metrô, soldados e policiais com cães patrulham cada uma das estações.
A polícia russa distribui nas ruas panfletos segundo os quais o país está em estado de alerta máximo contra o terrorismo e convoca a população a informar as forças de segurança caso vejam algo ou alguém suspeito.
Devido à escassez de soldados, o Ministério do Interior aconselhou à federação de futebol da Rússia a suspensão do partido do Campeonato Russo entre o CSKA Moscou e o Zenit no estádio olímpico da capital russa.
O Ministério do Interior informou que não seria capaz de garantir a segurança dos torcedores – o estádio tem capacidade para 84,5 mil pessoas – dada a segura presença de torcedores radicais dos dois times.
Como os dois clubes acataram a decisão, a partida, a principal da rodada do Campeonato Russo, será disputada no próximo dia 14.
O comitê confirmou na sexta-feira (2/4) a identidade de uma das terroristas suicidas que cometeram os atentados de segunda-feira em duas estações do metrô de Moscou. “A terrorista suicida que explodiu a bomba na estação de metrô Park Kultury é Dzhanet Abdurakhmanova (Abdulayeva)”, de 17 anos, informou o órgão.
Abdurakhmanova morava em Khasaviurt, no Daguestão, vizinho à Chechênia. Segundo o jornal russo Kommersant, ela era viúva de Umalat Mahomedov, líder dos guerrilheiros islâmicos do Daguestão morto pela Polícia em 31 de dezembro de 2009.
Guerrilha
A terrorista que explodiu a estação de Lubyanka seria, segundo o Kommersant, Markha Ustarkhanova, uma tchetchena de 20 anos e viúva de Said-Emin Khizriev, morto em outubro passado quando preparava um atentado contra o presidente checheno, Ramzan Kadirov.
As duas se subordinavam diretamente ao líder da guerrilha tchetchena e caucasiana, Doku Umarov, que reivindicou o mando dos ataques terroristas na capital russa e prometeu espalhar a guerra por toda a Rússia.
Além disso, segundo a agência de notícias rússia Interfax, as forças de segurança localizaram no centro de Moscou o apartamento onde os cúmplices das terroristas suicidas prepararam os explosivos.“Esses homens detonaram as bombas [das terroristas suicidas] por controle remoto”, previsivelmente por meio de seus telefones celulares, segundo a Interfax.
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