Quase ao mesmo tempo em que o Ministério da Saúde de Cuba anunciava o primeiro caso de gripe A (H1N1) diagnosticado na ilha, o ex-presidente Fidel Castro emitiu uma de suas reflexões via imprensa oficial criticando o presidente mexicano Felipe Calderón, por supostamente ter atrasado o alerta sobre a doença.
“As autoridades mexicanas não informaram ao mundo sobre a presença da mesma (epidemia de gripe) esperando pela visita de Obama, e agora o presidente Calderón ameaça suspender as relações com Cuba”, afirmou Fidel em artigo divulgado no Gramna, no fim da noite de ontem (11) em Havana.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitou o México no dia 16 de abril, antes do anúncio do surto de gripe. O primeiro caso confirmado no México é o do garoto Edgar Hernandez, reportado no dia 2 de abril no México. Cuba cancelou em 29 de abril todos os voos provenientes do México.
Fidel perguntou no artigo “qual é a queixa do presidente mexicano com relação às medidas que Cuba adotou, de acordo com as normas estabelecidas e sem a menor intenção de prejudicar o povo irmão do México?”. E continuou: “Neste momento, nós e dezenas de outros países pagamos pelos pratos quebrados e ainda somos acusados de adotar medidas prejudiciais ao México”.
O paciente diagnosticado com a gripe é um mexicano que estuda em Cuba. As autoridades de saúde cubanas explicaram que vários estudantes mexicanos de diversas disciplinas começaram a chegar a Cuba a partir de 25 de abril e que foi feita uma “vigilância estrita” dos sintomas apresentados por eles.
Mais de 5 mil casos
A OMS (Organização Mundial de Saúde) contabiliza até agora 5.251 casos da doença em 30 países e 61 mortos. Além de Cuba, Finlândia e Tailândia confirmaram hoje os primeiros casos da doença, dois no país europeu e um no asiático.
No Brasil, os casos suspeitos subiram de 22 para 32 entre ontem e hoje, de acordo com o Ministério da Saúde. Mas esse número pode ser maior, de acordo com o ministro José Gomes Temporão. “Até 34 podem estar infectados”, afirmou.
Na Argentina, há 180 casos em estudo, segundo as autoridades sanitárias locais. O primeiro caso do país, anunciado na semana passada, já recebeu alta, após submeter-se a uma quarentena voluntária.
“Estamos tomando todas as medidas para evitar a circulação do vírus”, disse a ministra da Saúde, Graciela Ocaña. “A pessoa infectada é um caso importado, que desenvolveu a doença em nosso país. Seus parentes não estão doentes”, assegurou.
(Reportagem de Felipe Yapur)
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