Dirigentes israelenses e palestinos anunciaram hoje (14/9) a decisão de manter de forma “estritamente confidencial” as conversas de paz e se comprometeram a completar dentro de um ano os “temas essenciais”. Nada foi declarado a respeito do congelamento dos assentamentos na Cisjordânia, que é exigido pelos palestinos para a continuação das negociações.
“A discussão séria sobre os temas fundamentais já começou”, afirmou o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, no fim da segunda rodada do diálogo direto entre israelenses e palestinos realizada na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh.
Na reunião participaram o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, assim como a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
Mitchell afirmou que Abbas e Netanyahu mantêm seu acordo “para que estas negociações, cujo objetivo é resolver todos os temas essenciais, possam ser completadas dentro de um ano”. O objetivo comum, acrescentou, continua sendo chegar a “dois Estados com dois povos”, uma solução para que Israel mantenha sua segurança e os palestinos gozem de um estado “viável e independente”.
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Mitchell disse que, levando em consideração o princípio de confidencialidade que se quer dar ao diálogo, não podia dar detalhes sobre o analisado hoje, mas insistiu em que a negociação aconteceu em um clima “de boa fé”.
Assentamentos
A reunião ocorreu em meio de ameaças palestinas de retirar-se do diálogo se Israel não prorrogasse a moratória de dez meses na construção de assentamentos nos territórios palestinos da Cisjordânia, que vence no fim do mês.
O enviado especial da Casa Branca, cujo país atua de mediador neste diálogo, afirmou que esse era um “tema politicamente delicado em Israel” e reiterou palavras recentes do presidente Barack Obama, que disse que “faria sentido estender a moratória, especialmente porque as partes estão movimentando-se em uma direção construtiva”.
O diplomata não quis estender-se sobre o tema, apesar de ele surgir nas poucas perguntas durante a entrevista coletiva.
Netanyahu já anunciou que a moratória não será prorrogada, mas também advertiu que não dará carta branca aos colonos e que desacelerará a expansão de assentamentos.
A reunião tripartida entre Israel, os palestinos e os EUA esteve precedida de contatos bilaterais com a participação do presidente do país anfitrião, Hosni Mubarak.
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