Após a queda de Napoleão, as grandes potências européias se reuniram em Paris em 27 de setembro de 1815 a fim de assinar o “Pacto da Santa Aliança”. O tzar da Rússia, Alexandre I, o imperador da Áustria, Francisco I e o kaiser da Prússia Frederico-Guilherme I, se protegiam desse modo de toda nova ofensiva revolucionária ou liberal em nome “da Santíssima e Indivisível Trindade das três potências ortodoxa, católica e protestante”. O pacto viria a se tornar uma quádrupla aliança quando a Inglaterra a ela se juntou. Mais tarde a ela se juntou também a França em 1818. Graças a essa ‘entente’ conservadora, a Europa viveria um período de relativa paz de cerca de 50 anos.
Assim que o Império Napoleônico ruiu, as grandes potências se reuniram no Congresso de Viena para reorganizar o mapa político da Europa, surgiu a Santa Aliança organização que tinha por objetivo conter a difusão da revolução liberal-burguesa, semeada por Napoleão.
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Antes mesmo da reunião, as potências aliadas vencedoras assinaram importantes tratados, como os dois tratados de Paris, impostos a Luís XVIII, e os tratados coloniais entre Inglaterra e Holanda. O Congresso de Viena se reuniu de setembro de 1814, depois da primeira abdicação de Napoleão, a junho de 1815. O ambiente era de satisfação pela vitória sobre as forças revolucionárias. As grandes potências (Rússia, Áustria, Inglaterra e Prússia) tomaram as decisões representadas por seus chefes ou por ministros plenipotenciários. A figura mais importante ali era Metternich, da Áustria.
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Os países fundadores do Pacto
As discórdias decorrentes dos interesses em jogo facilitaram o trabalho do ministro francês Talleyrand. Dentre os princípios gerais propostos, impôs-se o de legitimidade, sugerida por ele e defendida pelos ingleses e austríacos: cada país deveria voltar a ter os limites de antes de 1789. Essa busca do equilíbrio entre as principais potências orientou as decisões, o que favoreceu a França.
O mapa da Europa e das colônias mudou bastante. A Inglaterra garantiu sua supremacia nos mares, graças à anexação de pontos estratégicos no Mediterrâneo, no caminho das Índias e nas Antilhas. A Bélgica, dominada pela França, foi ligada à Holanda para evitar uma ação francesa sobre o porto belga de Antuérpia. A Rússia recebeu parte da Polônia, a Finlândia e a Bessarábia. À Prússia coube grande parte da região do Reno, na Alemanha. A Áustria recebeu a Lombardia e Veneza, além da supremacia política sobre a Itália.
O Tratado de Paris impôs à França o pagamento de uma indenização de guerra e a ocupação de seu território por um exército de aliados pago por ela. Suas fronteiras permaneceram, de modo geral, as mesmas do Antigo Regime.
A proposta da Santa Aliança partiu do czar da Rússia, Alexandre I. Ele, o imperador da Áustria e o rei da Prússia assinaram esse tratado em 27 de setembro de 1815, “em nome da Santíssima Trindade”; e, “segundo as regras da caridade cristã”, prometeram ajuda mútua. A França aderiu. Mas foi o príncipe austríaco Metternich quem deu as diretrizes da Santa Aliança em última análise, um instrumento da reação européia para manter a França sob vigilância, reprimir movimentos revolucionário e liberal na Europa e abafar todo movimento separatista (de independência) ou nacional.
Em 1818, o primeiro Congresso da Santa Aliança decidiu retirar as tropas de ocupação da França. Não era sinal de afrouxamento. Pouco depois, quando uma associação de estudantes alemães provocou distúrbios durante as comemorações do terceiro centenário da Reforma, a repressão se abateu com violência. As universidades foram vigiadas, as sociedades nacionalistas combatidas e os jornais censurados.
Em 1820, posições liberais de militares contrários ao absolutismo na Espanha e no Reino das Duas Sicílias insuflaram uma revolta, que culminou com a imposição de uma Constituição aos dois reis. Fernando VII, da Espanha, e seu primo Fernando I, das Duas Sicílias, fingiram aceitar mas recorreram à Santa Aliança. Uma expedição militar, em 1823, pôs fim à revolta constitucionalista e restituiu Fernando VII como monarca absoluto.
Este foi o último êxito da Santa Aliança, pois por volta de 1820 seu poder já se esfumava. Não conseguiu abafar a rebelião dos gregos contra os turcos (1821-1827) nem a independência das colônias da América do Sul (1810-1824).
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