O artista contemporâneo e ativista social chinês Ai Weiwei cancelou nesta quarta-feira (27/01) sua exibição em Copenhague, capital dinamarquesa, em protesto contra a nova lei do país que permite às autoridades confiscarem os bens de refugiados.
“Ai Weiwei decidiu fechar sua exibição, ‘Rupturas’, na Fundação Copenhague Faurschou, Dinamarca. Esta decisão segue a aprovação do Parlamento Dinamarquês da proposta de lei que autoriza o confisco de bens e atrasa a reunião de famílias de refugiados”, diz um post nas páginas oficiais do artista no Instagram e no Facebook. A exposição, que estreou em março de 2015, estava prevista para durar até a metade de abril.
Ai Weiwei has decided to close his exhibition ”Ruptures” at Faurschou Foundation Copenhagen,… https://t.co/uzdbpXHsfa
— 艾未未 Ai Weiwei (@aiww) 27 janeiro 2016
“Quando eu acordei hoje não esperava receber aquela ligação, mas não fiquei surpreso com a reação dele. Ele me ligou de uma praia em Lesbos [Grécia], onde está trabalhando, fazendo um documentário sobre refugiados no Oriente Médio”, disse o dono da Fundação, Jens Faurschou, ao The Guardian.
Reprodução Facebook
Ai Weiwei ao lado de Jens Farschou, na Dinamarca
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Além do documentário, Ai Weiwei pretende criar um memorial para os refugiados na ilha de Lesbos.
“Ele andou vendo os noticiários e quis reagir. Eu não tentei convencê-lo do contrário. Isto não é sobre qual país faz mais ou menos pelos refugiados, é sobre a importância simbólica da nova lei”, acrescentou.
O Parlamento da Dinamarca aprovou na terça-feira (26/01) o confisco de bens de refugiados como pagamento pela estadia deles no país. O governo do país, que propôs a medida, diz que isso coloca os refugiados em igualdade com os dinamarqueses sem emprego.
A medida foi criticada pela Acnur (agência para refugiados da ONU) e pela Comissão Europeia.