O governo da França proibiu nesta quarta-feira (27/05) oficialmente o uso da hidroxicloroquina para tratar a covid-19 nos hospitais, depois que dois organismos responsáveis pela saúde pública no país se declararam contrários à utilização da substância.
Desde o fim de março a hidroxicloroquina, derivado da cloroquina, um medicamento de combate à malária, era utilizada, de maneira excepcional, nos hospitais franceses para tratar casos graves do novo coronavírus.
A substância, promovida na França pelo controverso professor Didier Raoult, de Marselha, e defendida pelos presidentes dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, é um medicamento derivado da cloroquina, prescrita há várias décadas contra a malária.
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Mas uma pesquisa publicada na semana passada na respeitada revista médica The Lancet apontou a ineficácia e riscos desse medicamento para os enfermos da covid-19.
Uso em testes clínicos continua autorizado
A decisão do governo francês acontece após uma opinião desfavorável emitida na terça-feira (26/05) pelo Alto Conselho da Saúde Pública (HCSP), consultado pelo governo após a divulgação do estudo da revista The Lancet. O HCSP recomendou que “a hidroxicloroquina não seja utilizada no tratamento da covid-19″. O uso em testes clínicos continua autorizado.
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Decisão vem após dois organismos responsáveis pela saúde pública no país se declararam contrários à utilização da substância
O medicamento, comercializado sob o nome de Plaquénil na França, faz parte de numerosos tratamentos testados desde o início da epidemia do novo coronavírus. A substância também é prescrita na luta contra doenças autoimunes, o lúpus ou a poliartrite reumatoide.
O decreto publicado hoje no Diário Oficial também põe fim à prescrição fora de testes clínicos contra a covid-19 do medicamento que associa lopinavir e ritonavir, dois antirretrovirais, apontados pela Agência dos medicamentos por seus riscos cardíacos.