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Cultura

Frida, Parra e Azurduy: editora argentina lança livros infantis com histórias de 'antiprincesas' da América Latina

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Frida Kahlo e Violeta Parra são as primeiras protagonistas da coleção, que em breve ganhará um número dedicado a Juana Azurduy

Aline Gatto Boueri

2015-09-01T09:00:00.000Z

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Ilustração do livro sobre Frida Kahlo, que mostra a pintora ainda bebê

Elas não viveram em castelos, não se destacaram por sua dedicação aos afazeres domésticos, não sonharam com bailes em palácios e príncipes encantados. As personagens dos livros infantis recém-lançados pela editora Chirimbote, da Argentina, são mulheres reais e fantásticas, que marcaram as artes e a história da América Latina.

A pintora mexicana Frida Kahlo e a multitalentosa Violeta Parra, ícone da música popular chilena, são as protagonistas dos primeiros livros da coleção “Antiprincesas”, que em breve ganhará mais um número, dedicado à vida de Juana Azurduy, heroína das lutas pela independência da Argentina e da Bolívia.

Leia também: Livro infantil conta histórias de crianças sequestradas durante ditadura na Argentina

"Escolhemos mulheres que transcenderam sua época, que romperam com o que se esperava delas, mas que também tenham trabalhado com outras pessoas e se dedicado a construir de forma coletiva. Essa é uma condição para ser antiprincesa", explica Nadia Fink, autora dos livros em parceria com o ilustrador Pitu, em entrevista a Opera Mundi. "As princesas esperam sozinhas, buscam a felicidade individual e um final feliz em que necessariamente aparece um príncipe ou, no máximo, uma família. Nós valorizamos outras formas de viver".

Revolução e amor livre

E é por isso que entre fotos de Frida quando criança e ilustrações que recriam seus quadros e seu inconfundível buço, salta do texto um pequeno box com a definição de revolução - "quando se modifica o que está mal (entre muitas pessoas)". A explicação aparece na parte da história em que se conta que, apesar de casados, o muralista Diego Rivera e Frida "tiveram outros amores, mesmo estando juntos" e que "para Frida, o amor acontecia com homens e com mulheres."

Divulgação

 Coleção Antiprincesas conta histórias de mulheres latino-americanas


"Como explicar essa tentativa [de Diego e Frida] de viver um amor livre, de não se relacionar de maneira estereotipada, de considerar a possibilidade de estar com outras pessoas, sem explicar que isso aconteceu em um contexto revolucionário?", indaga Fink.

Já a antiprincesa Violeta Parra, nascida em uma família de trabalhadores pobres, é autodidata, multitalentosa e viaja por seu país, Chile, compilando canções populares que comoveram o mundo em sua voz poderosa.

"Graças ao violão, deixei de descascar batatas."

Leia também: #NiUnaMenos: feminicídios e violência contra mulheres ganham destaque na nova literatura argentina

Quando Violeta se separa de seu primeiro marido, Luis Cereceda, um pequeno quadro com um bigode abre aspas: "Pode ficar com a sua arte, eu vou embora para sempre". E na página seguinte, uma ilustração de um homem partindo, enquanto uma mulher sorri e abraça seus filhos enquanto diz que sua única vantagem em relação a outras mulheres do Chile "é que, graças ao violão, deixei de descascar batatas."

"Não queríamos maquiar essas mulheres ou retratá-las de forma leviana, porque foram mulheres que trabalharam com profundidade tudo que fizeram", frisa Fink.

Divulgação

 Capa do livro que narra a história da artista chilena Violeta Parra

A autora explica que os livros retratam o caminho político de suas protagonistas, independente de suas posições partidárias ou ideológicas, com o cuidado de não transformar os contos em panfletos. "A intenção é disparar ideias nas crianças, não apresentar pensamentos fechados. Não queremos diminuir cabeças, queremos ampliá-las", avisa a escritora. "Também não queremos matar as princesas, queremos mostrar outras realidades com as quais as crianças possam se identificar."

Frida e Violeta não viveram felizes para sempre. A pintora mexicana morreu jovem depois de uma longa agonia e de uma vida marcada pelas doloridas sequelas de um acidente na adolescência. A cantora chilena se suicidou pouco antes de chegar aos 50 anos. Para falar desses desfechos que não se parecem a contos de fadas, Fink optou pelo realismo mágico, no caso de Frida, e por deixar em aberto, no caso de Violeta. "Decidimos falar da morte de Frida a partir das lendas mexicanas. No caso de Violeta, preferimos deixar que cada adulto que esteja acompanhando a criança que lê o livro decida como abordar o assunto", explica.

Depois das histórias, os livros convidam os pequenos leitores a fazer autorretratos em frente ao espelho, como fazia Frida, e a pesquisar canções antigas em conversas com pessoas mais velhas, como fazia Violeta. Convidam crianças a brincar de ser antiprincesas.

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Coronavírus

Agências dos EUA recomendam suspensão de vacina da Janssen contra covid-19

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Medida ocorre após casos de coagulação sanguínea em pessoas recém-imunizadas; efeito colateral apareceu em 0,0003% das aplicações

Redação

ANSA ANSA

Roma (Itália)
2021-04-13T17:00:00.000Z

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As autoridades sanitárias dos Estados Unidos recomendaram nesta terça-feira (13/04) a suspensão do uso da vacina contra covid-19 da Janssen, subsidiária da multinacional norte-americana Johnson & Johnson, devido a seis casos graves de coagulação sanguínea em pessoas recém-imunizadas.

A recomendação foi feita pela agência sanitária dos EUA (FDA, sigla em inglês), e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que afirmaram tratar-se de uma medida de "precaução".

Os dois órgãos estão analisando seis relatos nos Estados Unidos de um tipo "raro e grave" de coágulo sanguíneo em pessoas vacinadas com a fórmula da Janssen, uma das mais cobiçadas no mundo por ser de dose única. "Até agora, esses eventos adversos parecem ser extremamente raros", diz um comunicado da FDA. Até a última segunda-feira (12/04), 6,8 milhões de pessoas já haviam tomado a vacina da Janssen no país.

De acordo com a agência sanitária norte-americana, a suspensão é importante para "garantir que a comunidade de profissionais da saúde esteja ciente do potencial desses eventos adversos e possa se planejar devido ao tipo único de tratamento exigido por essa forma de coágulo sanguíneo".

Segundo o jornal The New York Times, todos os seis casos investigados pela FDA e pelo CDC ocorreram em mulheres de 18 a 48 anos. Uma delas morreu, e outra está hospitalizada em estado grave.

AFP/Telam
Episódios de coagulação sanguínea grave dizem respeito a 0,0003% do total de imunizados

O caso remete ao imunizante da multinacional anglo-sueca AstraZeneca, que ainda não foi aprovada nos EUA e vem sendo usada com restrições na União Europeia após a agência de medicamentos do bloco, a EMA, ter incluído eventos incomuns de trombose como possíveis efeitos colaterais "muito raros" do imunizante.

Também neste caso, os episódios ocorreram majoritariamente em mulheres de até 60 anos de idade. Segundo a EMA, esses coágulos aparecem sobretudo nas veias do cérebro (trombose cerebral da cavidade venosa), no abdômen (trombose venosa esplâncnica) e nas artérias, juntamente com baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia) e, às vezes, sangramento.

O parecer se baseou em 62 casos de trombose cerebral da cavidade venosa e 24 de trombose venosa esplâncnica reportados até 22 de março, período em que 25 milhões de pessoas já tinham sido vacinadas com a fórmula da AstraZeneca na Europa. Ou seja, os episódios de coagulação sanguínea grave dizem respeito a 0,0003% do total de imunizados.

Devido à raridade desses tipos de trombose, a EMA afirmou que a relação benefício-risco da vacina "permanece positiva" e não recomendou nenhuma restrição de uso, embora alguns países da UE tenham parado de utilizá-la em menores de 60 anos.

Tanto o imunizante da AstraZeneca quanto o da Janssen usam adenovírus inativos contendo sequências genéticas que codificam a proteína spike, utilizada pelo coronavírus Sars-CoV-2 para atacar as células humanas.

Saúde

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