Com nuvens fragmentadas, barco e elevador flutuantes, janelas e uma piscina que não molha, o artista argentino Leandro Erlich chegou ao Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo com a exposição “A tensão”, que ficará aberta ao público até junho deste ano.
Ao todo, são 16 obras de Erlich que compõem a exposição, que tem como foco, segundo o artista, provocar a “dúvida e o questionamento” do público ao ter contato com a mostra.
A Opera Mundi, o argentino afirmou que suas obras buscam desenvolver um “pensamento crítico” do público, declarando que elas realizam 50% do trabalho, que o restante cabe à “interpretação e reflexão” do espectador. “Não necessariamente a obra envia uma mensagem, já que quem a vê pode fazer isso.[…] Pensar é uma proposta política, por que há uma tendência na sociedade que trata de entreter a audiência mantendo em um espaço sem pensamento critico”, disse.
Para Erlich, “A tensão” é um caminho para a compreensão que a realidade é “não é somente uma coisa, mas que merece ser repensada permanentemente”.
“Tudo nessa realidade, ou o que compreendemos como realidade, vai mudar sempre, na linha do tempo e em uma forma organizada e natural, mas também vai mudar de uma maneira planificada por interesses, seja o que seja, políticos e até econômicos”, pontuou o artista, que declarou pensar as obras como uma “polissemia”, no qual há diversos sentidos em relação um mesmo trabalho.
Tentando provocar o que é real e ilusório, uma das experiências da exposição é a obra “Swimming Pool” (piscina, em português). A obra permite que o interior da piscina seja acessado, mas sem se molhar, enquanto quem está do lado de fora consegue enxergar seu interior.
Outra peça de grande destaque entre as demais de Erlich é “Classroom” (sala de aula, em português). Ali, a imagem do público é refletida para uma sala de aula, podendo remeter memórias da infância ou até duvidar do que é real naquela cena.
“A realidade é subjetiva. A obra “Classroom”, por exemplo, para algumas pessoas que vieram conversar comigo remeteu à Guerra na Ucrânia, enquanto para outras não. Quando fiz esta peça não pensei nisso, não pensei que teríamos uma guerra, mas esse é o efeito de uma obra: ela pode ter diferentes percepções. E isso é arte, senão seria ciência”, declarou Erlich.
No CCBB de São Paulo, a mostra está aberta ao público desde quarta-feira (13/04) e tem entrada gratuita, sendo necessário os ingressos serem reservados com antecedência. Para mais informações, acesse o site da exposição.
Serviço
Exposição “A tensão”, de Leandro Erlich
Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo
13 de abril a 20 de junho
Necessário reserva de ingressos