O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta quinta-feira (08/04) que os Estados Unidos, do presidente Joe Biden, e os aliados dos norte-americanos não são parceiros “confiáveis”.
Segundo o chanceler, Moscou não pode depender do “humor” norte-americano, afirmou o chanceler russo durante coletiva de imprensa após negociações com o chanceler do Cazaquistão, Mukhtar Tleuberdi.
“Devemos confiar em nós mesmos, porque nem os EUA nem os aliados deles são parceiros confiáveis, e em áreas cruciais para a manutenção do Estado não podemos contar com o humor deles, e em com qual pé eles vão levantar de manhã”, declarou Lavrov.
O chanceler russo também chamou de “pouco convincentes” as declarações de Washington de estar pronto para ter relações previsíveis com Moscou.
“Ouvimos que o porta-voz do Departamento de Estado deu algumas declarações, de que haverá sanções mesmo os EUA estando interessados em relações previsíveis e estáveis com a Rússia. As palavras soam pouco convincentes. [Por isso,] Vamos esperar ações concretas”, afirmou Lavrov.
Adam Schultz/Casa Branca
Para Rússia, EUA de Joe Biden não são ‘parceiro confiável’
Além disso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia notou que as ações de Washington em relação à Rússia são criticadas até mesmo dentro dos Estados Unidos.
“Até mesmo uma estrutura tão pró-Washington como o Conselho Atlântico já está publicando materiais com críticas ao comportamento insustentável dos EUA em relação à Rússia, e talvez, até estúpido, que não traz nenhum resultado do ponto de vista dos objetivos que foram anunciados na hora de impor sanções”, afirmou Lavrov.
As tensões entre os EUA e a Rússia aumentaram quando, em meados de março, Biden afirmou que o líder russo, Vladimir Putin, “pagaria” pela suposta interferência de Moscou nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020. Biden também confirmou considerar o presidente da Rússia um “assassino”.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou seu embaixador nos EUA, Anatoly Antonov, para realizar consultas em Moscou. A chancelaria russa disse que não quer uma “degradação irreversível” das relações russo-americanas.