O governo da Rússia convocou nesta sexta-feira (09/11) o embaixador da Áustria em Moscou, Johannes Eigner, para dar explicações sobre a acusação feita pelo chanceler Sebastian Kurz de que um ex-coronel austríaco espionou para os russos durante duas décadas.
Segundo informações da mídia austríaca, o militar coletava para a Rússia informações sobre a Força Aérea do país, sistemas de artilharia, crise migratória, assim como dados detalhados sobre militares austríacos de alta patente. O ex-coronel teria cobrado cerca de 300 mil euros (cerca de R$ 1,3 milhão) para executar o trabalho, que continuou até 2018.
Por conta das revelações, trazidas pelo jornal Kronen, Kurz cancelou a visita que a ministra de Relações Exteriores, Karin Kneissl, faria à Rússia no começo de dezembro.
“Isso significa que estamos diante de um caso de espionagem”, disse o chanceler. Viena exigiu que a parte russa preste informação “transparente” sobre a situação em torno do ex-coronel.
Os relatos surgem após várias acusações, por parte de países ocidentais, de que a Rússia estaria alegadamente ter tentado espionar ou hackear organizações internacionais. No dia 4 de outubro, por exemplo, as autoridades holandesas afirmaram ter frustrado um ataque de hackers contra a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que teria sido realizado por cidadãos russos.
Também no início de outubro, o Departamento de Justiça dos EUA acusou sete militares da inteligência russa de hackearem agências de doping e outras entidades internacionais.
(*) Com Sputnik
Dragan Tatic/Bundesministerium für Europa, Integration und Äusseres
Chanceler austríaco Sebastian Kurz acusou governo russo de estar por trás de caso de espionagem