Além de escolherem o novo presidente do país, em uma disputa que ainda não está encerrada, os norte-americanos votaram em cerca de 120 plebiscitos em 32 diferentes Estados nas eleições de 3 de novembro. Entre as principais mudanças, está a alteração de legislação sobre uso de drogas nos estados do Oregon, Nova Jersey e Arizona.
O Oregon se tornou o primeiro estado do país a descriminalizar a posse e o uso de pequenas quantidades de diversas drogas, incluindo maconha, cocaína e heroína. Agora, quem for flagrado por agente em posse das substâncias poderá pagar uma multa de cerca de US$ 100 (R$ 557) ou fazer uma consulta médica gratuita para se recuperar do vício. Não há mais previsão de prisão.
Caso a pessoa esteja com uma quantidade grande de drogas em sua posse, ela poderá responder por uma contravenção penal. Penas mais severas serão aplicadas apenas no caso de pessoas que tenham substâncias “em nível comercial”.
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Os moradores do Estado também aprovaram legalização do uso terapêutico de cogumelos psicodélicos, tornando o Oregon a primeira região dos Estados Unidos em permitir a medida.
Já Nova Jersey, Arizona, Dakota do Sul e Montana aprovaram o uso recreativo da cannabis. Esses lugares se juntam ao Distrito de Colúmbia e outros 11 Estados que já legalizaram a erva, que, em nível federal, continua sendo ilegal.
Aborto
Nos Estados do Colorado e Louisiana, os eleitores também votaram em propostas de alterar legislações em relação à interrupção da gravidez. O aborto é um procedimento legal nos Estados Unidos, mas algumas federações estão em disputa ideológica sobre o direito da mulher.
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Segundo a emissora norte-americana CNN, por 59% a 41%, os cidadãos do Colorado decidiram não limitar a interrupção até a 22ª semana de gestação. Sendo assim, o Estado continua não sem restringir o aborto após um certo período da gravidez.
Michael Appleton / Mayoral Photography Office
Em 32 estados, eleitores decidiram sobre uso de drogas, aborto e até mudança na bandeira local
No sul norte-americano, 62% dos eleitores da Louisiana decidiram acrescentar à Constituição estadual uma emenda afirmando que a região não oferece proteção ao procedimento como um direito e não é obrigada a financiar um possível aborto.
A votação na Louisiana não altera nenhum quadro imediatamente, já que o procedimento é legal no país, mas o Estado está mais preparado caso a interrupção da gravidez passe a não ser permitida nos Estados Unidos.
Outros plebiscitos
Na Flórida, os eleitores aprovaram a elevação do salário mínimo, sendo o oitavo estado do país a adotar regra. Agora, a hora trabalhada valerá, no mínimo, US$ 15 (cerca de R$ 84). Mesma medida adotada no Distrito de Colúmbia.
Já na Califórnia, os moradores votaram em uma proposta que beneficia aplicativos de transporte como Uber e Lyft. Segundo projeções da mídia local, os cidadãos consideraram que quem trabalha para esses aplicativos não pode ser considerado um funcionário, mas sim um profissional liberal sem vínculo empregatício. Ambas as empresas fizeram uma campanha pesada a favor da retirada destes direitos.
No Nebraska, os eleitores votaram para retirar os termos “escravidão” e “servidão involuntária” como crimes passíveis de punição da Constituição estadual.
Eleitores do Mississippi, além de votarem também sobre o uso da maconha, também decidiram retirar o emblema dos Confederados da bandeira, que remetia à luta estadual pela manutenção da escravidão.
A decisão de aposentar a antiga bandeira num Estado onde os negros representam 38% da população aconteceu durante os protestos pelo assassinato George Floyd, homem afro-americano morto por um policial branco. No lugar, eleitores aprovaram a presença de uma flor magnólia na bandeira.
(*) Com Ansa e Sputnik.